Comissão provisória assume Corol em ‘transição amigável’
João Menolli, presidente da comissão provisória que assume a Corol, disse que coordenará o levantamento de bens e dívidas, antes de convocar novas eleições
A transição entre a atual administração da Corol Cooperativa Agroindustrial e a comissão provisória, eleita por associados para intervir na entidade, ocorreu ontem de forma amigável, na sede de Rolândia. Porém, os diretores executivos destituídos não estiveram presentes e foram representados por um assessor jurídico, que informou o fim da disputa judicial pelo comando da associação. Presidente da comissão provisória e do Sindicato Rural de Cambé, João Menolli foi à sede da Corol acompanhado de integrantes do grupo e afirmou que espera assumir a Corol nesta segunda-feira. Questionado se houve algum tipo de acordo para facilitar a transição, ele negou. "Foi pacífico, não houve pedido de contrapartida. Até acho que não há o que ser descoberto, foi má gestão, mesmo." Menolli não quis anunciar ontem propostas para a cooperativa e disse que apenas coordenará o levantamento de bens e dívidas, antes de convocar novas eleições em no máximo 60 dias. A equipe técnica, afirma, já está contratada. Ele admitiu, porém, que havia montado chapa para concorrer à presidência da Corol e que é preciso apressar as negociações de dívidas e com parceiros, como a Cocamar Cooperativa Agroindustrial. "Hoje, 70% a 80% dos associados que eram da Corol são da Cocamar. Foi feito negociação lá atrás e não foi concluída. Temos de descobrir o porquê e o que aconteceu realmente." O advogado Anacleto Giraldeli Filho, que representa a comissão, disse que o próximo passo é lavrar um documento para a transição. "Tão logo a ata de transmissão da posse seja assinada, a comissão vai tomar posse e começar a designar os técnicos para fazer os levantamentos." No vermelho em mais de R$ 300 milhões, a Corol entrou em crise em 2009 e não saiu mais. As dívidas fizeram com que a cooperativa tivesse problemas para conseguir crédito e 600 cooperados assinaram 903 Notas de Crédito Rural (NCRs), que totalizavam R$ 15 milhões, como garantia para financiamentos. A entidade não pagou as NCRs e cerca da metade dos associados teve o nome protestado, o que foi o estopim para a destituição da diretoria.
Despedida de Eliseu de Paula
Depois de encabeçar a cooperativa por mais de 30 anos, Eliseu de Paula foi sucinto ao se despedir. "Não sou candidato, meu mandato já terminaria e terminou ontem (anteontem). Acabou de maneira não muito agradável, mas fazer o quê?" Ele confirmou que a transição foi feita de forma amigável e resumiu o histórico dele à frente da Corol em poucas palavras. "Foram 30 anos bons e três ruins. É o que posso dizer."
Fábio Galiotto
Reportagem Local
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