Ontem, na Câmara dos Vereadores, foi aprovado (5 a favor, 4 contrário) empréstimo de 5 milhões para recapeamento de algumas ruas. Havia na platéia dois grupos “torcedores”: os comandados pela prefeitura (que normalmente não estão presentes nas sessões) e o grupo dos “contra”. Eram previsíveis os argumentos populistas com os quais a maioria dos vereadores defendiam ou atacavam a questão. Em nenhum momento alguém esclareceu ao público a íntegra do projeto, os prós e contras. Assim ficou como num jogo de futebol... vitoriosos e perdedores, um tanto exaltados! Esqueceu-se que se trata da vida real, de compromissos, da fama de muitos impostos e poucos resultados, de uma máquina pública inchada, caríssima e passageira. Esqueceu-se também de responsabilizar melhor uma comunidade que muito exige e pouco faz para o bem comum. Quanto vandalismo, lixo espalhado, mal uso das coisas públicas... quanto dinheiro perdido!
Mas nem tudo está perdido. Passamos hoje uma emocionante manhã na fazenda com um grupo de pós-graduação em meio ambiente e economia. Havia advogados, biólogos, administradores, professores, gestores públicos que muito animados surpreenderam na sua maneira crítica de ver o mundo e de dar propostas concretas. Esse foi um autêntico time Brasil (tinha até uma moça de Angola) de tantas cores brilhando! É triste existir ainda um Brasil tão briguento e contraditório como vimos na “Casa do Povo” (a Câmara dos Vereadores). Não seria hora de inovar espaços formais através de fóruns onde todos podem participar criativa e construtivamente?
A forma representativa vem se mostrando falha. Vimos como o grande protesto de Rolândia foi um exemplo de “anarquia” que fez com que tantos (na ausência da ação da polícia), por consciência própria, assumissem disciplina e responsabilidade. Em vez do lado da “bagunça”, que tanto caracteriza a palavra “anarquia”, poderíamos descobrir que muito vai melhorar se pararmos de transferir nossas responsabilidades... É só a gente se lembrar dos nossos antepassados que sem prefeituras, câmaras de vereadores, cooperativas... transformaram uma floresta e construíram escolas, hospitais, pontes e estradas... organizaram festas e comemorações... cuidavam de uma ordem e ensinavam o respeito.
Por mais que o mundo tenha mudado, continuamos na essência os mesmos. Reconhecer o lado bom da “anarquia” poderia acordar em cada um, o ânimo de “botar a mão na massa” com alegria.
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