ESTADÃO
Jamil Chade - Enviado especial - O Estado de S. Paulo
GRENOBLE, França - Um jornalista tentou entrar na sala de cirurgia de Michael Schumacher, fingindo ser um padre. O caso abriu uma guerra declarada entre médicos, a família, empresários e a imprensa que lota o entorno do hospital onde o alemão está internado desde domingo, em Grenoble.
Jamil Chade/Estadão
Imprensa mundial está reunida para acompanhar a situação de Schumacher
Sabine Kehm, empresária do ex-piloto, lamentou a situação e confirmou que seguranças foram colocados no andar onde está Schumacher. Ela não divulgou a nacionalidade do jornalista.
Gerard Saillant, médico e amigo pessoal do alemão, fez um apelo na manhã de hoje para que a privacidade da família seja respeitada e para que a imprensa deixe de solicitar entrevistas com os médicos. "Tudo será comunicado de forma transparente. Mas não vamos fazer tentar adivinhar o que vai ocorrer no futuro", disse.
"Fazer prognósticos é estúpido", atacou. "Vamos falar de coisa que ocorrem, pedimos para que não nos peçam para fazer previsões", insistiu.
Jean François Payan, um dos médicos que cuida de Schumacher, também apelou à imprensa que entenda o trabalho no hospital. "Não vamos mudar nossa rotina", disse. "Apenas vamos comunicar quando houver algo relevante a ser dito", afirmou.
"Peço, em nome da família, que não se faça pressão sobre os médicos e que as informações sejam limitadas à coletiva de imprensa", apelou Saillant. "Não os peçam entrevistas. Eles tem um trabalho a realizar. É assim que todos nós teremos Michael (Schumacher) ganhando o combate", disse.
"Estamos um pouco menos inquietos. Mas a situação pode piorar e os médicos tem de trabalhar. Se não ha novidade, não é que estamos escondendo algo", disse.
O estacionamento do Hospital de Grenoble lotou de caminhões de redes de televisão, transmitindo as imagens a todo o mundo. Na sala de imprensa, os centenas de jornalistas que se acumulavam no local chegaram a brigar por espaço na manhã de hoje.
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