Guilherme Batista - Redação Bonde
A viagem foi realizada entre os dias 30 e 31 de janeiro. Sidneia alegou que gastou mais do que esperava por que o voo de volta precisou fazer escala em Curitiba. Foram gastos R$ 419, segundo a moradora. Dinheiro usado para pagar táxi, comprar comida e também fraldas para a sua filha. Ela teria recebido R$ 200 antes de viajar - R$ 100 da Secretaria de Saúde e o restante do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar). "A secretária prometeu fazer o reembolso do gasto extra na volta, mas não foi isso o que aconteceu", destacou.
Sidneia teria procurado o gabinete de Tenan após ter recebido a negativa da secretária. "A atendente pediu para eu entrar, mas a porta estava trancada. Bati e me identifiquei. Primeiro, ele (prefeito) pediu para eu me retirar. Eu implorei e ele abriu a porta. Fui surpreendida. O prefeito me puxou pelos cabelos e me jogou no chão do gabinete. Tentei me proteger e bati com as mãos nos óculos dele. Também fui esganada. Só parei de ser agredida depois de gritar por socorro", contou a moradora, emocionada.
Ela garantiu que não recebeu nenhum tipo de ajuda dentro da prefeitura. Só conseguiu ser amparada do lado de fora do prédio, depois de avistar uma viatura policial. "Os policiais me levaram para dentro da prefeitura de novo, onde me deram água e me acalmaram um pouco. Depois fui encaminhada a delegacia, para registrar um boletim de ocorrência. O prefeito chegou depois, rodeado de advogados, mas foi atendido primeiro", destacou.
Os dois registraram boletins de ocorrência. O prefeito alega ter sido agredido primeiro pela moradora. Tenan conta que foi surpreendido por Sidneia, que teria invadido o seu gabinete já com o intuito de espancá-lo. Ele garante que só agiu em legítima defesa. A reportagem do Bonde tentou contato com o prefeito na sexta-feira (7), mas ele não foi localizado.
Dias depois do ocorrido, Tenan postou uma nota de esclarecimento em sua página do Facebook. No texto, ele reafirma a versão repassada para a polícia e ainda acusa a moradora de ter tentado agredir a secretária de Saúde de Porecatu semanas antes do episódio registrado dentro de seu gabinete. Na nota, o prefeito alega que há um processo na Justiça que impede Sidneia de se aproximar da secretária.
A moradora, por sua vez, usou a sua página na rede social para postar uma foto de um certificado que garante que nada consta contra ela no Sistema de Informatização Criminal e Juizado Especial Criminal do Poder Judiciário do Paraná. O documento, assinado pelo técnico Marcus Vinícius Israel Domingues, é da última quinta-feira (6).
Os dois envolvidos também usaram o Facebook para postar fotos pessoais, onde aparecem com machucados. Em algumas imagens, é possível ver o prefeito com um arranhão perto do nariz. Nas outras, Sidneia aparece com marcas no pescoço e um dos olhos roxo.
Tanto prefeito como moradora foram submetidos a exames de corpo de delito. A audiência judicial sobre o caso foi marcada para o dia 21 de março, no Fórum de Porecatu.
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