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quinta-feira, 24 de abril de 2014

TREM MARIA FUMAÇA VOLTA À LONDRINA - 80 ANOS

FOLHA DE LONDRINA

Exposição Ferrovia e Café

Mostra no Museu Histórico rememora fase áurea da cidade com objetos, fotos e documentário com pioneiros

Fotos: Saulo Ohara
Entrega oficial da Locomotiva Baldwin restaurada ocorreu ontem durante cerimônia de abertura da mostra
"Diariamente passavam pela estação cerca de 600 pessoas de todas as partes do mundo. Preservar essa memória é importante para saber de onde viemos", salienta Jairo Barioni
Marcando as comemorações aos 80 de Londrina, o Museu Histórico da cidade realizou na manhã de ontem a cerimônia de abertura da exposição Ferrovia e Café. O evento teve como destaques a entrega oficial da Locomotiva Baldwin, que recentemente passou por um processo de restauração orçado em R$ 140 mil, e o lançamento do documentário cinematográfico intitulado "A História Contada por Quem a Fez", gravado com os pioneiros da ferrovia. 

Durante a mostra, que fica aberta ao público com entrada gratuita até o fim de maio, os visitantes também poderão conferir objetos e fotografias que retratam a fase áurea do município que foi considerado a capital mundial do café entre as décadas de 50 e 70. 

"Estamos entregando dois presentes que são ícones do desenvolvimento de Londrina que é a volta da locomotiva restaurada com serviços de funilaria e pintura e o lançamento do documentário com depoimentos de quem testemunhou de perto toda a nossa história", afirma a diretora do Museu, Regina Alegro. 

Ela destaca que embora não tenha circulado na cidade, a locomotiva representa modelos similares que foram fundamentais para que o município fosse considerado moderno e atraísse investidores do mundo todo. "Os compradores de terra vieram para cá porque sabiam que havia um meio de transporte eficiente entre as florestas para que a safra de café pudesse ser escoada", complementa. 

A luta pela restauração da locomotiva foi organizada pela Associação dos Amigos do Museu Histórico de Londrina (Asam). "O trabalho de reconstrução demorou cerca de 15 anos para ser aprovado pois nosso objetivo inicial era manter aspectos originais do equipamento. Mas devido à impossibilidade de encontrar algumas peças, tivemos que trabalhar com a recuperação cênica de alguns objetos. O trabalho ficou excelente e merece ser prestigiado pelos londrinenses", enfatiza o presidente da entidade, Anísio Ribas Bueno Neto. A restauração foi executada com recursos do Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Promic (R$ 100 mil) e da Universidade Estadual de Londrina (R$ 40 mil). O trabalho iniciado em janeiro deste ano foi concluído no início de abril. 

Vídeo
Já o documentário lançado ontem conta com relatos de cinco ex-ferroviários que trabalharam na estação ferroviária por onde circularam passageiros entre 1935 e 1982. "Eles lembraram de diversos fatos históricos daquela época que a partir de agora estão registrados para que as gerações futuras saibam um pouco mais da nossa história", ressalta o cineasta Maurício Xavier, responsável pela gravação do documentário. 

"Tudo o que chegava a Londrina nas décadas de 1930 e 1940 era através da estação ferroviária, que funcionava onde hoje fica o Museu Histórico. Os trens traziam os imigrantes, o gado e os equipamentos que seriam usados na lavoura e os trabalhadores de outras cidades. Diariamente passavam pela estação cerca de 600 pessoas de todas as partes do mundo. Preservar essa memória é importante para saber de onde viemos", salienta Jairo Barioni, de 82 anos, que trabalhou na estação ferroviária de Londrina entre 1952 e 1982. 

Ao lado de outros colegas de profissão que hoje estão aposentados, Barioni prestigiou a abertura da exposição Ferrovia e Café. Segundo a diretora do Museu Histórico, o documentário será exibido durante o período em que a mostra estiver aberta. O agendamento das sessões podem ser feitos pelo telefone (43) 3323-0082. 

SERVIÇO
Exposição Ferrovia e Café
Quando – Até fim de maio
Onde – Museu Histórico de Londrina (R. Benjamin Constant, 900)
Horário – De terça a domingo (das 9h às 11h30 e das 14h30 às 17h)
Quanto – Entrada gratuita

Marcos Roman
Reportagem Local

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