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quinta-feira, 31 de julho de 2014

LONDRINA - Excesso de pombos e saúde pública

31/07/2014 - FOLHA DE LONDRINA

Fragmento remanescente da extensa mata que cobria o Norte do Paraná até os anos 40 do século passado, o Bosque Marechal Rondon tornou-se um problema de saúde pública em Londrina nos últimos anos. Em vez de funcionar como "pulmão" verde para a poluição causada pelo intenso tráfego de veículos do centro da cidade, o local serve de dormitório para milhares de pássaros. No final da tarde, o Bosque é invadido principalmente pelas pombas amargozinhas (Zenaida auriculata) que deixam um rastro de sujeira de suas fezes quando partem pela manhã em busca de alimentos no campo. 


O crônico problema de mau cheiro e sujeira no Bosque persiste há anos sem que uma solução seja encontrada. A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), já fez várias tentativas para reduzir o número de aves. Foram construídos pombais, usados repelentes químicos e eletromagnéticos, feita poda de árvores e até soltura de predadores naturais, como gaviões. Nenhuma iniciativa surtiu efeito. 

Agora, inspirada numa experiência de Araraquara (SP), a administração municipal instalou refletores direcionados para duas árvores próximas da calçada da Avenida Rio de Janeiro. A meta é afugentar os pombos para o centro do Bosque, e assim deixar as calçadas onde o público circula livre dos excrementos. O teste deve durar 15 dias, mas os moradores próximos parecem duvidar se o objetivo proposto será alcançado. A descrença ocorre justamente pela série de medidas paliativas já tentadas. 

Vale lembrar que as fezes dos pombos transmitem doenças, como a criptococose que ataca o sistema respiratório do homem, além dos piolhos. Portanto, é um problema de saúde pública que precisa ser encarado com mais empenho pelas autoridades municipais e estaduais. Já se buscou autorização do Ibama para exterminar parte dessa superpopulação de aves, mas a ideia não seguiu adiante. 

Em artigo publicado dia 16 de julho na FOLHA, o pesquisador Norman Neumaier, de Londrina, sugere várias ações de manejo para se combater essa verdadeira praga que incomoda os moradores do entorno. Entre elas, inclui-se o abate do excesso populacional e monitoramento contínuo das aves. Será que alguém do poder público contatou o pesquisador para ouvir seus apontamentos?

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