FOLHA DE LONDRINA
08/08/2014 -- 00h00
Comunidade reclama de contaminação
Reservatório de poço artesiano no Distrito Caramuru, em Cambé: prefeitura afirma que foi realizado um trabalho de descontaminação
Cambé - Os moradores do Patrimônio Caramuru, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) se negam a tomar a água que sai do poço artesiano central, responsável pelo abastecimento de pelo menos 15 famílias (aproximadamente 80 pessoas). A comunidade justifica que o reservatório foi contaminado por coliformes fecais.
Os moradores ouvidos pela reportagem não quiseram se identificar, para evitar desentendimentos com a suposta responsável pela contaminação. "Antigamente, todos os terrenos do patrimônio tinham poços, de onde a gente tirava água para beber. Mas com a construção do poço artesiano central, há uns 20 anos, todos eles tiveram que ser aterrados", contou um morador. Ele disse, porém, que uma mulher acabou transformando o seu poço numa fossa, o que teria resultado na contaminação da água. "A saída da Prefeitura foi fazer um tratamento com cloro no local. Mesmo assim ninguém tem coragem de beber essa água", admitiu.
O medo de consumir a água do poço está fazendo os moradores buscarem o produto em Londrina e em locais afastados do patrimônio. "Eu mesmo não tenho mais coragem de bebê-la. Só uso esta água para lavar a louça e a calçada", afirmou uma moradora. "Muitos chegam a trazer água do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), em Londrina", acrescentou.
COMPROVAÇÃO
O chefe da Vigilância Sanitária e Ambiental de Cambé, Maurício Gomes Rocha Neto, confirmou que exames apontaram a contaminação por coliformes fecais. "A partir do programa (Federal) Vigiágua, monitoramos a situação no Patrimônio Caramuru. Colhemos amostras do poço central e realmente foi comprovada a contaminação", explicou Maurício, reforçando que o lençol freático na região também foi atingido.
Segundo ele, a prefeitura contratou uma empresa especializada para fazer o processo de remoção dos microrganismos do poço. "Esse trabalho teve um resultado satisfatório. Uma analise da UEL (Universidade Estadual de Londrina) apontou que o nível de descontaminação exigido foi atingido", afirmou.
Maurício destacou que o município notificou as famílias do patrimônio que possuíam poços e que quase todos eles foram desativados. "Porém, essa mulher não seguiu a recomendação. Mesmo assim, não podemos afirmar que ela está causando todo o problema", ressaltou. O chefe da Vigilância Sanitária acrescentou que, na última semana, foi até o Patrimônio vistoriar o local e que ainda está analisando o caso.
Paulo Monteiro
Equipe NossoDia
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