Não sei se amo mais o time, a cidade ou o meu saudoso pai que me ensinou a amá-lo. Misturou tudo. Só sei que nasci ao lado do estádio Erich Georg e desde pequenino acompanhei o meu pai nos jogos e até nos treinos... ele que foi o maior fanático do time. Só não fui um bom jogador de futebol porque faltou vocação, mas vivi praticamente respirando futebol. Meu pai não se contentava em assistir os jogos só aqui em Rolândia e sempre inventava pretexto de passear e conhecer novas cidades, para viajar e torcer para o NAC quando o time jogava fora... eu e meus irmãos o acompanhávamos. As vezes nem a rádio ia, mas o meu pai lá estava... em lugares distantes.Meu pai não se incomodava quando o palmeiras perdia, mas quando o NAC não vencia ele ficava muito bravo,ainda mais se algum juiz roubasse contra nós. Teve um dia em que fui herói em Londrina. Tinha 13 anos e fui com meu pai José Farina e meus irmãos ao
VGD. Meu saudoso pai, que foi apontado pelo ex-jogador Diógenes (ver
entrevista no Youtube - http://www.youtube.com/watch?v=Qj0U247xflU - )
como o torcedor mais fanático que assistia todos os jogos e treinos
do NAC, avisou eu e meus irmãos que se o Nacional fizesse gol não
podíamos vibrar pois estávamos no meio da torcida do LEC (Na época não
separavam as torcidas). No primeiro tempo o NAC estava perdendo por
um gol. No final do segundo tempo quando o meu coração estava apertado
de raiva e de tristeza o juiz marcou uma falta a favor do NAC no gol
de cima (setor norte). Um dos meus ídolos na época, Pagão, ponta
direita, ficou junto com a barreira. Com a cobrança a bola foi parar
no peito de Pagão,que craque que era, apenas ajeitou a bola girando o
corpo e num "sem pulo" mandou a bola no canto direito do gol de
Neneca. A emoção foi tanta que esqueci os conselhos do meu pai, dei um pulo de mais de um
metro de altura e gritei com todas as forças dos meus pulmões: "GOOOOOLLLLLLLLLLLLLLL".
O meu grito ecoou por todo o estádio, tamanho era o silencio da
torcida local. Quando olhei vi que o estádio inteiro estava olhando
para mim com raiva. Mas Deus gosta muito de mim. Graças a Ele ninguém
me agrediu. Ouvi apenas algumas centenas de xingamentos. Mãe me
perdoa. Perdoa também a torcida do Londrina. Eles nem te conhecem
(risos). Já fora do VGD meu pai (todo feliz) me falou: - "Zé Carlos,
não era pra você gritar, mas acabou dando certo. Você deu o grito que
eu e outros torcedores do NAC tínhamos vontade mas não tivemos
coragem". Foi um dos melhores jogos que assisti do NAC nos anos 70.
Grande Pagão, um dos meus eternos ídolos do NAC. Um abraço onde quer
que você esteja.
TEXTO e FOTOS by JOSÉ CARLOS FARINA
(Foto de Pagão e Jura)
TEXTO e FOTOS by JOSÉ CARLOS FARINA
(Foto de Pagão e Jura)
Nenhum comentário:
Postar um comentário