Frigorífico de Rolândia está parcialmente interditado por força-tarefa formada por MPT, MTE e outros órgãos
Ontem, 10 máquinas foram liberadas pela força-tarefa, depois de soluções apresentadas pela empresa
Tendinite, bursite, dores nas
costas, cortes e até perda de dedos. Esses são alguns dos problemas
relatados por trabalhadores da Big Frango, unidade de abate de frangos
da JBS em Rolândia. Por causa disso, uma força-tarefa composta por
integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), INSS, Receita Federal e Advocacia Geral da
União (AGU) decidiu interditar 51 máquinas da indústria na tarde da
última terça-feira. Ontem, 10 delas foram liberadas, depois de soluções
apresentadas pela JBS (Friboi). Por causa das interdições, alguns
setores da empresa ainda estão com suas atividades interrompidas.
(PARCIAL)
"É muita correria. O encarregado fica pressionando para a gente trabalhar mais rápido. Sob pressão, os acidentes acontecem", afirmou ontem à reportagem um funcionário da Big Frango. Trabalhando de pé, por muitas horas seguidas, e carregando muito peso, ele conta que é muito comum as pessoas adoecerem. "É um trabalho muito repetitivo e difícil. Além dos problemas nas costas, nas mãos, muita gente compromete os joelhos", declara.
Outro trabalhador diz que é difícil acompanhar o ritmo das máquinas. "Tudo é muito rápido e a gente tem de ficar atento. Quando sente dor, a gente vai no médico e ele dá um analgésico", afirma. De acordo com o funcionário, é comum acidentes ocorrerem quando os trabalhadores são trocados de função. "Às vezes falta alguém, a gente tem de substituir, não conhece a máquina e se machuca", relata, afirmando ter colegas que perderam dedos durante o trabalho.
O auditor do MTE, Diego Alfaro, confirmou as ocorrência. A força-tarefa examinou as comunicações de acidente do trabalho (CATs) dos últimos dois anos. "Não tenho os números em mãos, mas são vários os acidentes, inclusive casos de amputações", ressalta. Uma pesquisa realizada com 400 funcionários mostrou que 52,9% deles tiveram de recorrer a remédios, emplastos ou compressas para aliviar as dores. Somente 15,6% disseram não sentir qualquer desconforto no trabalho. E 75,4% afirmaram ficar cansados ou exaustos ao final da jornada diária.
Desinterdição
Ontem à tarde, representantes da força-tarefa desinterditou 10 máquinas para as quais a empresa havia apresentado soluções. "Providenciaram proteções em algumas máquinas que não tinham ou melhoraram aquelas proteções que eram ineficazes. Em outra situações, instalaram sensores onde não havia", conta o auditor. Alfaro acredita que todas as máquinas só estarão liberadas na semana que vem. "A empresa está dando prioridade para os gargalos. Há máquinas que não têm solução e a empresa vai substituir por outras novas", declara.
A empresa enviou nota à reportagem alegando que, desde que assumiu o frigorífico, no início deste ano, fez uma série de melhorias no local. "A JBS esclarece que já solucionou a maior parte dos itens apontados pelo Ministério Público e ressalta que a interdição parcial não prejudicou a capacidade produtiva da unidade, que segue operando normalmente, sem prejuízo à companhia." A companhia diz também que monitora "permanentemente pontos de risco identificados no processo produtivo, procedendo as adequações necessárias de forma espontânea ou quando apontadas pelos órgãos de fiscalização".
"É muita correria. O encarregado fica pressionando para a gente trabalhar mais rápido. Sob pressão, os acidentes acontecem", afirmou ontem à reportagem um funcionário da Big Frango. Trabalhando de pé, por muitas horas seguidas, e carregando muito peso, ele conta que é muito comum as pessoas adoecerem. "É um trabalho muito repetitivo e difícil. Além dos problemas nas costas, nas mãos, muita gente compromete os joelhos", declara.
Outro trabalhador diz que é difícil acompanhar o ritmo das máquinas. "Tudo é muito rápido e a gente tem de ficar atento. Quando sente dor, a gente vai no médico e ele dá um analgésico", afirma. De acordo com o funcionário, é comum acidentes ocorrerem quando os trabalhadores são trocados de função. "Às vezes falta alguém, a gente tem de substituir, não conhece a máquina e se machuca", relata, afirmando ter colegas que perderam dedos durante o trabalho.
O auditor do MTE, Diego Alfaro, confirmou as ocorrência. A força-tarefa examinou as comunicações de acidente do trabalho (CATs) dos últimos dois anos. "Não tenho os números em mãos, mas são vários os acidentes, inclusive casos de amputações", ressalta. Uma pesquisa realizada com 400 funcionários mostrou que 52,9% deles tiveram de recorrer a remédios, emplastos ou compressas para aliviar as dores. Somente 15,6% disseram não sentir qualquer desconforto no trabalho. E 75,4% afirmaram ficar cansados ou exaustos ao final da jornada diária.
Desinterdição
Ontem à tarde, representantes da força-tarefa desinterditou 10 máquinas para as quais a empresa havia apresentado soluções. "Providenciaram proteções em algumas máquinas que não tinham ou melhoraram aquelas proteções que eram ineficazes. Em outra situações, instalaram sensores onde não havia", conta o auditor. Alfaro acredita que todas as máquinas só estarão liberadas na semana que vem. "A empresa está dando prioridade para os gargalos. Há máquinas que não têm solução e a empresa vai substituir por outras novas", declara.
A empresa enviou nota à reportagem alegando que, desde que assumiu o frigorífico, no início deste ano, fez uma série de melhorias no local. "A JBS esclarece que já solucionou a maior parte dos itens apontados pelo Ministério Público e ressalta que a interdição parcial não prejudicou a capacidade produtiva da unidade, que segue operando normalmente, sem prejuízo à companhia." A companhia diz também que monitora "permanentemente pontos de risco identificados no processo produtivo, procedendo as adequações necessárias de forma espontânea ou quando apontadas pelos órgãos de fiscalização".
Nelson Bortolin- Reportagem Local
Empresa é alvo de ações em todo o País
No início deste ano, o MPT e a JBS firmaram acordo para indenização por danos morais aos funcionários de uma unidade em Barretos. Em ação civil, o ministério público acusava o frigorífico de não conceder intervalos para recuperação térmica dos trabalhadores que atuam em ambientes refrigerados artificialmente.
Em janeiro do ano passado, uma força-tarefa interditou máquinas na unidade da JBS Aves, localizada em Montenegro (RS) por razões parecidas com as do frigorífico de Rolândia. O mesmo aconteceu em dezembro, na JBS de Passo Fundo (RS).
Segundo o auditor do MTE, Diego Alfaro, a empresa vem comprando vários frigoríficos, que já apresentavam problemas em relação aos direitos dos trabalhadores. A JSB, de acordo com ele, demonstra boa vontade em apresentar soluções conforme acionada. "Melhor seria se fizessem adequações antes de chegarmos até eles", ressalva. (N.B.)
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