Luiz Francisconi é eleito prefeito de Rolândia
Estreante na política, o médico venceu com 49,4% dos votos e governará o município em 2016
Prefeito eleito afirma que "em um ano dá para fazer muita coisa"
A eleitora Maria Inês Sella se mostrou otimista e diz que foi votar pela esperança de que o próximo prefeito faça algo pela cidade
Estreante na política, o médico otorrinolaringologista Luiz Francisconi Neto (PSDB) venceu ontem a eleição suplementar de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) e será o prefeito do município em 2016. Com 14.769 votos (49,4% dos válidos), ele deixou para trás o prefeito interino José de Paula (PSD), que teve 8.506 votos (28,45%) e o vereador João Ardigo (PSB), votado por 6.621 eleitores (22,15%).
Dos 45.442 eleitores de Rolândia, 11.070 (24,36%) deixaram de votar. Outros 2.223 (6,49%) votaram em branco e 2.253 (6,55%) anularam. A eleição de ontem correu sem incidentes graves e seis das 135 urnas eletrônicas precisaram ser trocadas devido ao mau funcionamento. O tucano será diplomado no próximo dia 16, mas a posse ainda será marcada.
José de Paula retorna para o Legislativo assim que Francisconi tomar posse. Ele assumiu o Executivo por ser o presidente do Legislativo quando o ex-prefeito Johnny Lehmann (PDT) teve o mandato cassado em definitivo. Desde que foi reeleito, Lehmann foi retirado da prefeitura e voltou por força de liminares e Rolândia teve três prefeitos: além dele e José de Paula, a ex-presidente da Câmara Sabine Giesen (PMDB) também ocupou o cargo.
Em abril deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o pedetista por abuso de poder econômico durante a campanha de 2012. Os custos do pleito de ontem, cerca de R$ 150 mil, serão cobrados do ex-prefeito cassado.
O prefeito eleito passou a acompanhar a apuração dos votos na sede do Cartório Eleitoral quando seus apoiadores já haviam contabilizado os votos nas seções. Após a confirmação da contagem oficial, voltou para sua casa, de onde partiu uma carreata.
O tucano disse que "em um ano dá para fazer muita coisa" e que seu governo será baseado no corte de gastos. As reformas iniciais prometidas são o corte de dois terços dos comissionados – de 105 cairiam para 35 – e a redução de 18 para dez secretarias. "Temos estudos que isso geraria uma economia de R$ 2 milhões por ano."
Ele ainda conclamou o apoio de seus adversários políticos. "A campanha acabou, agora é a hora de trabalharmos todos pela cidade e convido os outros candidatos para fazerem parte da administração", disse. Com minoria na Câmara de Vereadores – ele contabiliza quatro apoiadores e quatro opositores, em um Legislativo composto por 11 parlamentares -, Francisconi pretende conversar com todos para conquistar apoio.
José de Paula disse que vai apoiar o novo prefeito. Ele viu com surpresa o resultado das urnas. "Estávamos fazendo o básico e acertando o município, mas a população não entendeu", explicou. Para ele, o pouco tempo de gestão pode ter atrapalhado seu desempenho. "É muito difícil fazer algo em um tempo tão curto e acho que isso custou minha eleição."
João Ardigo disse que vai conversar com seu partido para saber qual será seu posicionamento no Legislativo. Ele disse que vê a derrota "com naturalidade" e acredita que a campanha fortaleceu seu nome.
Incertezas
O cenário de instabilidade política instalado na cidade refletiu no posicionamento dos eleitores. O comerciante Reginaldo Moraes considera que há tempos Rolândia está "estacionada no tempo", com buracos nas ruas e indústrias deixando o município. "Essas coisas não acontecem de um momento para o outro. Os políticos estão preocupados com poder, com influência", disse.
Ao deixar a seção eleitoral, a empresária Maria Inês Sella se mostrou mais otimista e afirmou que só foi votar pela esperança de que o próximo prefeito faça algo pela cidade. "Espero que melhore, porque a cidade está um caos, sem administração. Tenho parentes aqui e percebo isso."
Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local
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