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sexta-feira, 15 de abril de 2016

exames em presos de Rolândia


Ação preventiva tem objetivo de inibir proliferação de doenças na carceragem, que está superlotada

Celso Pacheco
Do total de 120 internos, 76 concordaram em fazer testes para detectar tuberculose e HIV

Rolândia - A equipe da Vigilância Epidemiológica de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) realizou exames em 76 dos 120 presos da carceragem da 29ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), ontem de manhã. O exame faz parte de uma rotina que inibe a proliferação das doenças dentro do ambiente carcerário. A operação foi bastante cuidadosa, já que no momento dos exames só havia um investigador da Polícia Civil disponível para realizar o acompanhamento dos presos. 
A liberação para a realização dos exames foi feita de maneira gradual, para minimizar os riscos. Tal cuidado foi necessário porque o número de detentos está 140% acima da capacidade da carceragem, que é de 50 pessoas. Primeiramente os técnicos da vigilância realizaram o atendimento das mulheres. Uma fila se formou para que as pessoas interessadas na sua saúde fossem examinadas. Elas responderam questionários e também foram coletadas amostras de sangue. 
O gerente da Vigilância Epidemiológica, Marcelo Marques Ferreira, ressalta que o exame foi disponibilizado para todos, mas parte deles não se interessou. "Não podemos obrigá-los e nem forçá-los a fazer exames. O objetivo desta ação é buscar os pacientes sintomáticos respiratórios. Eles ficam em um ambiente fechado que é suscetível a desenvolver a tuberculose", expõe. 
Ferreira aponta que pacientes com tuberculose também possuem imunidade baixa e, por isso, foram feitos também exames de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). "Têm pessoas que possuem HIV e nem sabem disso." 
O gerente da Vigilância Epidemiológica negou que a iniciativa foi tomada depois da divulgação do alto número de casos de tuberculose na Penitenciária Estadual de Londrina 2. Ele reforçou que a atitude é rotineira e constante. Segundo Ferreira, um médico realiza exames clínicos semanalmente e que até agora não foi constatado nenhum caso de tuberculose e nem de HIV. 
Ele ressalta que a realização desses testes é necessária porque são pessoas que estão em uma situação muito vulnerável. "Quem conhece as delegacias sabe do ambiente fechado e suscetível a desenvolver doenças", aponta. Essas condições aliadas à superlotação facilitam a propagação de doenças e, por vezes, a migração delas para outras unidades prisionais. "A movimentação de presos em função da superlotação faz com que a migração de doenças possa acontecer. Aqui não temos constatado problemas, mas qualquer delegacia que está superlotada está sujeita a problemas. A presença de um médico semanalmente faz com que raramente um preso fique sem tratamento ou medicação", garante. 
Ferreira apontou que existem várias outras doenças que também são comuns na população carcerária e que serão objeto nas próximas ações do órgão. "É muito comum entre os presos a incidência de sífilis, hepatites virais, complicações decorrentes de tatuagens e de compartilhamento de objetos", enumera. A partir do dia 25 o grupo retorna à delegacia para fazer a aplicação da vacina contra a gripe A (H1N1). 
A reportagem tentou falar com o delegado Marcelo Sakuma, de Arapongas, que também é responsável pela unidade de Rolândia, mas ele não pôde atender.
Vítor Ogawa
Reportagem Local

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