Antigamente, principalmente nos anos 60 e 70, a maioria das famílias do norte do paraná tinha uma horta caseira no fundo do quintal, onde se plantava e colhia alface, almeirão, salsinha, cebolinha, rabanete, cenoura entre outras hortaliças. Eu sempre ajudava a minha mãe com a hortinha que ela sempre manteve (ela ainda tem). O meu trabalho era "afofar" a terra com o enxadão, cercando os canteiros com taboas ou tijolos. Após era acrescentado estrume de gado seco e curtido. Depois fazíamos pequenos sulcos onde eram depositados as sementes. Para evitar que os pássaros não comessem as mudinhas novas trançávamos barbantes sobre o canteiro. Todo dia, de manhã e a tarde, eu ou um dos outros irmãos, tínhamos que aguar as verduras. Outras tarefas eram desbastar o excesso de mudas do almeirão e arrancar ervas daninhas. Tínhamos um enxadãozinho com ponta fina, tipo ponta de lança, que tínhamos que passar entre as carreiras para encostar terra ao lado das raízes para firmar as plantas. A nossa terra aqui é tão fértil que a produção era exagerada. Além de presentearmos os vizinhos e parentes, muitas vezes saíamos com cestos vendendo na cidade o produto da nossa colheita. Era muito difícil esta tarefa, pois quase todas as famílias tinham hortas em seus quintais. Lembro-me de tudo isso e tenho saudade. Sinto ainda o cheiro da terra molhada... o gosto dos rabanetes, cenouras e da alface. Tudo orgânico e sem agrotóxido. Hoje ainda tenho este bom costume. Em casa tenho quatro canteiros feitos de tijolos onde colho para o "meu gasto" almeirão, salsinha e cebolinha, sem agrotóxicos. E o melhor, na porta da cozinha. É só colher, lavar e temperar. É uma ótima terapia. Para trabalhar com horta é preciso gostar do contato com a terra (solos). Sempre que posso trago de fora "terra gorda" de matas virgens, que é o melhor adubo que existe. Que tal agora fazer a sua hortinha? JOSÉ CARLOS FARINA
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