Governo do Paraná diz que ano letivo deve terminar em fevereiro de 2017
Professores estão em greve, e mais de 600 escolas estão ocupadas.
Secretaria de Educação afirma que escolas vão elaborar calendários.
Do G1 PR
As aulas deste ano letivo podem terminar em fevereiro de 2017, em virtude de greves e do movimento de ocupação das escolas do Paraná. A projeção é da Secretaria Estadual de Educação e foi divulgada nesta terça-feira (18) – segundo dia de greve dos professores e funcionários da educação e 16º dia de ocupação de colégios.
O calendário escolar previa aula até 21 de dezembro. "Janeiro é mês de férias para professores e funcionários. Possivelmente teremos que repor em fevereiro", avaliou a secretária Ana Seres em nota oficial divulgada pela pasta. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) devem ser cumpridos 200 dias letivos e 800 horas/aula no ano.
O movimento Ocupa Paraná informou na manhã desta terça-feira que são 642 escolas, 11 universidades e dois núcleos fechados devido à mobilização. A Secretaria de Educação confirma a ocupação de 630 escolas, que representam 27% das unidades de ensino sob custódia do estado.
De acordo com a Secretaria de Educação, cada escola terá que elaborar uma proposta de calendário de reposição.
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Greve
Segundo dados do Governo do Paraná, 47% das escolas públicas estaduais estão funcionando normalmente. Por causa da greve, 21% das instituições de ensino no estado estão funcionando parcialmente e em 4,5% paralisaram as atividades totalmente.
De acordo com o presidente da APP, Hermes Leão, "um dos principais motivos que levou à paralisação da categoria foi o fato de o governador Beto Richa (PSDB) ter voltado atrás no compromisso de pagamento da data-base da categoria para janeiro de 2017".
A emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 que altera o pagamento dos servidores foi apresentada pelo governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no dia 3 de outubro e começou a ser analisada pela comissão de orçamento.
Pelo texto, o governo suspende o pagamento do reajuste dos servidores, garantindo apenas as promoções e progressões de carreira de forma parcelada. De acordo com a Secretaria da Fazenda, não há dinheiro para pagar o reajuste e as progressões e promoções.
A categoria também reivindica, por exemplo, a equiparação salarial dos "agente 1" ao piso mínimo regional, reajuste do auxílio-transporte para os funcionários contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS) e a retirada da falta do dia 29 de abril de 2016, quando a categoria realizou uma mobilização para lembrar o conflito entre professores e policiais na greve de 2015.
O estado tem aproximadamente 100 mil profissionais que trabalham na educação estadual, sendo que 65 mil são professores.
Veja a nota da Secretaria de Educação
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) esclarece que será necessário fazer reposição das aulas perdidas, seja por ocupações ou greve, pois a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estipula 200 dias letivos e 800 horas/aula no ano.
Como o calendário letivo deste ano vai até 21 de dezembro, devido às duas paralisações do ano passado que duraram ao todo 73 dias -, as reposições deverão ser realizadas em fevereiro de 2017. "Janeiro é mês de férias para professores e funcionários. Possivelmente teremos que repor em fevereiro", avalia a secretária Ana Seres. Cada escola terá que elaborar uma proposta de calendário de reposição, conforme o número de dias que ficou parada. Os calendários precisam ser encaminhados aos Núcleos Regionais de Educação, para análise e posterior homologação.
A Secretaria de Estado da Educação reitera sua preocupação com o aprendizado dos estudantes, que fica comprometido com as ocupações e paralisação. A rede estadual tem um milhão de estudantes. Somente no ensino médio, são cerca de 350 mil estudantes, e cerca de um terço deles prestará vestibulares no fim do ano, além de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no início de novembro.
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