FOLHA DE LONDRINA
Plano aponta caminho para logística no Paraná
Conclusão das obras no Aeroporto Governador José Richa é uma das prioridades
Mapa da infraestrutura traz 17 propostas prioritárias de 120 obras necessárias para desenvolvimento econômico
FOTO By Marcos Zanutto/15-07-2016
As perspectivas de desenvolvimento econômico do Estado nos próximos cinco anos passam por 17 obras prioritárias de infraestrutura, que apresentam condições de reduzir custos logísticos e ampliar a receita de empresas de todos os setores. Representantes de 17 entidades apresentaram na sexta-feira, 4, em Londrina, o Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (PELT), que mapeia intervenções de curto a longo prazos para desafogar o tráfego pesado de cargas e tornar o Estado mais atrativo para empreendimentos de todos os tipos.
O executivo do Conselho em Logística de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, apresentou o PELT, no Sesi, como representante da entidade que faz parte do Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná. O grupo se propõe a mapear necessidades e contribuir com propostas para direcionar investimentos públicos e privados, para minimizar os gargalos na infraestrutura de transporte. São 120 intervenções para facilitar o desenvolvimento até 2035.
Em Londrina, o destaque fica por conta da ampliação e melhoria da malha rodoviária e a conclusão das obras no Aeroporto Governador José Richa. No entanto, o reflexo já começa mesmo no aumento da capacidade de recebimento e despacho de cargas no Porto de Paranaguá, que contribui para a receita do agronegócio, maior riqueza da região e do Estado.
Empresário e vice-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Ary Sudan afirma que o plano é fundamental à região e ao Estado. "Temos o Custo Brasil, que em parte é motivado pela nossa legislação, mas tem uma grande participação da nossa infraestrutura precária", diz. "Esse plano vai criar vantagens competitivas ao Paraná em relação aos outros estados", completa.
É no Litoral que se concentraram os primeiros esforços, para alargar o gargalo da principal saída de produtos ao exterior. Tanto que as obras para fazer dragagens de aprofundamento e de manutenção no Porto de Paranaguá estão adiantadas, o que permite que a estrutura seja a única do País já com condições de receber embarcações de calado de até 12 metros de profundidade, diz Mohr.
São 30 km de extensão e 200 metros de largura de um canal subaquático. Dessa forma, os navios têm a possibilidade de sair com 100% da capacidade para o exterior, o que dilui melhor o custo de transporte do que, por exemplo, uma embarcação com 80% de ocupação. Mohr conta que há R$ 396 milhões de recursos federais disponibilizados para ampliar ainda mais a profundidade, para 14 metros. "Temos o único porto público com 12 metros de calado, enquanto o Porto de Santos sofre com a dragagem de manutenção para manter esse nível", diz, ao lembrar que se trata de questão resolvida no Paraná.
FUTURO
Outro ponto prioritário no porto é a instalação de um píer em forma de T e, na sequência, outro em forma de F. Para se ter uma ideia, os carregadores, conhecidos como ship loaders, dos três berços do agronegócio no local tiveram recentemente a capacidade ampliada de mil para 1,3 mil toneladas por hora (t/h). Somente com o píer em T, serão quatro novas vagas para embarcações com capacidade de 2 mil t/h. As duas melhorias quadruplicarão a capacidade. "Isso agilizará a fila de navios, e diminuirá o pagamento de demurrage (sobre-estadia), que vai de US$ 10 mil a 15 mil por dia e por navio, pago sempre pelo exportador", afirma Mohr.
O custo apenas do píer em T é de R$ 800 milhões e já está com projeto pronto. O especialista da Fiep afirma que a obra será financiada pela iniciativa privada e doada ao Poder Público, mediante a já feita prorrogação da concessão do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Com o menor custo em demurrage, o investimento será pago em três anos.
O terceiro ponto será a ampliação do número e da capacidade dos armazéns no porto, marcada para terminar no próximo ano. "Vamos ter o maior terminal de contêineres do Brasil e ganharemos em escala, com capacidade de receber os maiores navios do mundo", diz Mohr. Ele complementa que é preciso também continuar com a redução da burocracia para liberação de cargas, o que já tem sido feito pela atual administração, e melhorar os acessos rodoviários e ferroviário ao porto.
Fábio Galiotto -Reportagem Local.
Plano aponta caminho para logística no Paraná
Conclusão das obras no Aeroporto Governador José Richa é uma das prioridades
Mapa da infraestrutura traz 17 propostas prioritárias de 120 obras necessárias para desenvolvimento econômico
FOTO By Marcos Zanutto/15-07-2016
As perspectivas de desenvolvimento econômico do Estado nos próximos cinco anos passam por 17 obras prioritárias de infraestrutura, que apresentam condições de reduzir custos logísticos e ampliar a receita de empresas de todos os setores. Representantes de 17 entidades apresentaram na sexta-feira, 4, em Londrina, o Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (PELT), que mapeia intervenções de curto a longo prazos para desafogar o tráfego pesado de cargas e tornar o Estado mais atrativo para empreendimentos de todos os tipos.
O executivo do Conselho em Logística de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, apresentou o PELT, no Sesi, como representante da entidade que faz parte do Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná. O grupo se propõe a mapear necessidades e contribuir com propostas para direcionar investimentos públicos e privados, para minimizar os gargalos na infraestrutura de transporte. São 120 intervenções para facilitar o desenvolvimento até 2035.
Em Londrina, o destaque fica por conta da ampliação e melhoria da malha rodoviária e a conclusão das obras no Aeroporto Governador José Richa. No entanto, o reflexo já começa mesmo no aumento da capacidade de recebimento e despacho de cargas no Porto de Paranaguá, que contribui para a receita do agronegócio, maior riqueza da região e do Estado.
Empresário e vice-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Ary Sudan afirma que o plano é fundamental à região e ao Estado. "Temos o Custo Brasil, que em parte é motivado pela nossa legislação, mas tem uma grande participação da nossa infraestrutura precária", diz. "Esse plano vai criar vantagens competitivas ao Paraná em relação aos outros estados", completa.
É no Litoral que se concentraram os primeiros esforços, para alargar o gargalo da principal saída de produtos ao exterior. Tanto que as obras para fazer dragagens de aprofundamento e de manutenção no Porto de Paranaguá estão adiantadas, o que permite que a estrutura seja a única do País já com condições de receber embarcações de calado de até 12 metros de profundidade, diz Mohr.
São 30 km de extensão e 200 metros de largura de um canal subaquático. Dessa forma, os navios têm a possibilidade de sair com 100% da capacidade para o exterior, o que dilui melhor o custo de transporte do que, por exemplo, uma embarcação com 80% de ocupação. Mohr conta que há R$ 396 milhões de recursos federais disponibilizados para ampliar ainda mais a profundidade, para 14 metros. "Temos o único porto público com 12 metros de calado, enquanto o Porto de Santos sofre com a dragagem de manutenção para manter esse nível", diz, ao lembrar que se trata de questão resolvida no Paraná.
FUTURO
Outro ponto prioritário no porto é a instalação de um píer em forma de T e, na sequência, outro em forma de F. Para se ter uma ideia, os carregadores, conhecidos como ship loaders, dos três berços do agronegócio no local tiveram recentemente a capacidade ampliada de mil para 1,3 mil toneladas por hora (t/h). Somente com o píer em T, serão quatro novas vagas para embarcações com capacidade de 2 mil t/h. As duas melhorias quadruplicarão a capacidade. "Isso agilizará a fila de navios, e diminuirá o pagamento de demurrage (sobre-estadia), que vai de US$ 10 mil a 15 mil por dia e por navio, pago sempre pelo exportador", afirma Mohr.
O custo apenas do píer em T é de R$ 800 milhões e já está com projeto pronto. O especialista da Fiep afirma que a obra será financiada pela iniciativa privada e doada ao Poder Público, mediante a já feita prorrogação da concessão do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Com o menor custo em demurrage, o investimento será pago em três anos.
O terceiro ponto será a ampliação do número e da capacidade dos armazéns no porto, marcada para terminar no próximo ano. "Vamos ter o maior terminal de contêineres do Brasil e ganharemos em escala, com capacidade de receber os maiores navios do mundo", diz Mohr. Ele complementa que é preciso também continuar com a redução da burocracia para liberação de cargas, o que já tem sido feito pela atual administração, e melhorar os acessos rodoviários e ferroviário ao porto.
Fábio Galiotto -Reportagem Local.
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