Eu sou um pé de Araribá. Meu nome vem da língua dos índios e significa: Árvore das Araras. Os estudiosos me dão o nome científico de “Centrolobium robustum”. Os humanos também comem a minha semente que tem gosto de amendoim. Minha madeira dá uma ótima fogueira, produz carvão e posso servir para móveis de luxo e a indústria naval. O metro cúbico de minha madeira vale U$ 800,00. Ainda minha casca e raízes são usadas para tintura rosa ou carmim e minhas flores atraem a formiga cortadeira. Sou parte da rica flora do Brasil, país campeão mundial em espécies de árvores, com mais ou menos 8.000 diferentes árvores. Há países, como a Noruega, a Finlândia e a Suécia, com um pouco mais de 20 espécies, fazendo muito sucesso com suas árvores. No Brasil a história das árvores começou com a exploração do Pau Brasil para extrair a tinta vermelha. A floresta Amazônica é responsável pelo clima do Planeta e pelas chuvas que caem no Sul. Boa parte das florestas foi destruída e os remanescentes são ameaçados. As árvores sofrem nas cidades e no campo. Os índios que nos chamavam de “Irmãs em pé”, já sabiam o que estudos modernos confirmam. Temos sentimentos, somos sociais, conseguimos nos comunicar e somos móveis. A “mata ciliar” é completamente insuficiente para a nossa sobrevivência. As poucas florestas restantes precisavam ser interligadas, formando corredores ecológicos. A disponibilidade da tão preciosa água depende das árvores, que deixam as chuvas infiltrarem no solo, e que com seus “perfumes” fazem as nuvens desaguar. Somos muito mais eficientes do que qualquer indústria. Transformamos energia do sol em comida e matéria prima, limpamos o ar, equilibramos o clima e podemos criar, pela nossa restauração, uma enorme frente de serviço gerando milhares de empregos. O Paraná é campeão em uso de agrotóxicos por causa de pragas e doenças decorrentes do desmatamento. Dengue, borrachudo, saúva são alguns exemplos de problemas combatidos com agrotóxicos. As florestas ainda não são restauradas porque não significam renda. Uma desertificação avança. Mas nem tudo está perdido! Ouvi dizer que vocês já tiveram muito sucesso com uma pequena árvore lá da África, o café! Tanto a cultura do café, como também o turismo prometem fazer dessa planta uma situação de prosperidade. À exemplo do plantio da Araucária em Curitiba que premiava com desconto de impostos, poderia ser incentivado a reintrodução do café, tanto no cenário urbano como no rural do Município, mundialmente famoso como: “Rolândia Rainha do Café”.
Daniel Steidle – Educador Ambiental, Presidente do COMTUR e Membro dos Conselhos de Meio Ambiente e do Desenvolvimento Rural Sustentável. DANIEL STEIDLE
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