Concentração, foco e noção corporal. Esses são alguns dos benefícios que a estudante Marina Paiva da Silva, 15, disse que conquistou praticando tiro com arco. Ela participa há um ano do projeto social Arco na Escola da Alta (Associação Londrinense de Tiro com Arco), realizado em duas escolas estaduais da cidade. São 66 estudantes da Escola Estadual de Ensino Integral Tiradentes (região Central) e Colégio Benedita Rosa Rezende (Leste).
Alguns deles, como Silva, já se aventuram em competições estaduais como a 1ª Copa de Tiro com Arco, realizada neste domingo (6), no estacionamento da PUC (Pontifícia Universidade Católica). A competição faz parte da segunda etapa do Campeonato Paranaense Outdoor 2018, e é válida pelo ranking da Federação Paranaense de Arco e Flecha.
As modalidades arco recurvo (sem equipamento de mira)e arco recurvo olímpico foram disputadas por 30 atletas das categorias infantil, cadete, juvenil, adulto e master. Este é o primeiro ano que a Alta promove competições em Londrina. A associação começou as atividades há três anos e conta com 64 associados.
Para Silva, participar da Copa é o primeiro passo para se tornar uma atleta olímpica. "Comecei a participar na escola e vi que isso fazia bem mentalmente, me ajudava a ter foco e a me concentrar. Aos poucos, me apaixonei pelo esporte e quero continuar como atleta olímpica", contou.
Durante o evento os jovens atletas puderam se inspirar no vice-campeão brasileiro no arco composto (com roldanas), Bruno Conrado Brassaroto, 32. A trajetória de Bassaroto é recente, ele disputava competições de tiro com carabina, mas há três anos trocou pelo arco.
A 1ª Copa de Tiro com Arco foi realizada no domingo em Londrina: competição estadual contou com trinta atletas que participaram de duas modalidades do esporte
NA VEIA - Um dos primeiros participantes do projeto social, Richard Davanci, 15, também disse que o esporte ajudou na concentração, principalmente no dia a dia. Agora, sempre que tem a chance convida os amigos para praticar o esporte.
"O arco é um esporte que a maioria dos seres humanos tem nas veias, adormecido. É um esporte que testa os conhecimentos do arqueiro. É você contra você mesmo", definiu Fernando Tadeu Alexandre, presidente da Alta.
Além da concentração, conhecimento sobre condições do vento – no caso das provas outdoor – o arco influencia a postura corporal. "Você vai sentir nervos que nem sabia que existiam", brincou Alexandre, explicando que para atingir o alvo, o arqueiro precisa manter o corpo em um eixo de cruz harmônico. "Qualquer movimento do braço pode comprometer o tiro. O psicológico da pessoa é essencial para um tiro perfeito", disse.
Alexandre, que disputa a categoria master, também é fabricante de arco tradicional (de madeira). O interesse pela fabricação do equipamento começou em 2004, depois que recebeu uma revista sobre arcos enviada pelo irmão que morava nos Estados Unidos. "Ele mandava revistas sobre cartuchos de armas, pois atirávamos com espingarda, no meio veio uma sobre arcos e me interessei pelo assunto". Autodidata, o presidente contou que fabricar os arcos ajudou na prática do esporte. "É importante analisar os dois lados da situação", afirmou.
Os atletas londrinenses terão uma agenda de competições cheia ao longo do ano. Segundo Alexandre, todos os meses tem pelo menos uma prova de arco indoor, outdoor ou animal (provas que simulam situação de caça) no Estado. O objetivo da associação para este ano é classificar atletas no ranking do Campeonato Parananense e, no ano que vem, pensar no Brasileiro.
Aline Machado Parodi
Reportagem Local
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