Rolândia - Um pátio de manobras para os trens que passam diariamente por Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) começa a funcionar nesta quinta-feira (23), atrás da empresa Selmi, no Parque Industrial Barra Grande. Com a inauguração da obra, o tempo de espera de veículos para a travessia da linha férrea deverá ser reduzido na confluência das avenidas Ayrton Rodrigues Alves e Presidente Vargas e rua Miguel Liogi, na região central.
"De manhã, entre 7h30 e 8h, a fila de carros para atravessar a linha enquanto os trens fazem manobra passa de um quilômetro. Reclamação é o que mais tem", comenta o marceneiro Ademir Aparecido Lima, que trabalha na avenida Presidente Vargas.
A obra do pátio custou R$ 2,434 milhões e foi executada pela Castilho Engenharia, de Curitiba. os recursos são do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Segundo o prefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB), a entrega foi antecipada em um mês. A solenidade de inauguração será nesta quinta, no gabinete do prefeito às 10h, seguida do descerramento da fita simbólica no local.
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A conclusão do pátio de manobras é um passo para o andamento da obra de transposição da linha férrea no trecho das avenidas Castro Alves, Ayrton Rodrigues Alves e Presidente Vargas. "Essa é a maior reivindicação antiga da população, de cerca de dez anos. Ano passado conseguimos viabilizar os recursos junto ao governo federal, através do Dnit. Essa obra não corre o risco de parar na metade por falta de recursos", garante o prefeito. O orçamento total é de R$ 12 milhões e os recursos, segundo Francisconi, já foram liberados. O prazo para a conclusão é março de 2019.
A conclusão do pátio de manobras é um passo para o andamento da obra de transposição da linha férrea
SEGURANÇA
A primeira fase da obra foi a desapropriação no entorno da linha férrea, concluída no final de 2017. Já no início deste ano, o projeto inicial sofreu algumas modificações pela presença de adutoras da Sanepar. A FOLHA esteve no local em julho, acompanhando o início dos trabalhos da companhia de saneamento.
Segundo o prefeito, a obra agora corre dentro do cronograma e até a conclusão os motoristas e ciclistas devem buscar rotas alternativas. "A transposição elimina o problema de espera para travessia e, o mais importante, traz segurança à população. A trincheira vai trazer solução para tudo isso, mas enquanto as obras estão em andamento, a orientação é que todos tenham atenção redobrada naquela região", ressalta.
A dona de casa Maria de Fátima Verginio, que atravessa a linha todos os dias de bicicleta, comenta que é comum aguardar cerca de meia hora para chegar ao outro lado da rua. "Tem gente que não aguenta esperar e pula os vagões. Eu não tenho coragem porque é muito perigoso. Não vejo a hora dessa obra ficar pronta", diz.
O caminhoneiro Célio dos Santos também aguarda confiante. Ele faz o transporte de adubo e atravessa o centro de Rolândia diariamente. "Chego a passar por aqui umas três vezes ao dia. Imagine se toda vez eu ficar esperando mais de 30 minutos para atravessar, como já aconteceu. É uma hora perdida a cada dia. Se realmente esse projeto sair do papel, vai ficar muito bom", diz.
DNIT
A assessoria do DNIT confirmou que a previsão para conclusão das obras da passagem inferior férrea é no primeiro semestre de 2019. "Com os serviços de liberação da faixa de domínio e remanejamento dos serviços públicos (água e telefonia) executados, foi possível realizar também o desvio ferroviário que atualmente está em funcionamento. A atual fase das obras é a execução da passagem inferior (obra de concreto) com a confecção das armaduras (de aço) tendo suas fundações já demarcadas para início de execução das estacas de sustentação", detalhou a assessoria, em nota enviada à FOLHA.
TRANSPORTE
Também por meio da assessoria, a Rumo Logísticas (que detém a concessão ferroviária) informou que passam pela região oito trens diariamente, transportando grãos, açúcar, contêiner, combustível e cimento. Ainda segundo assessoria, o novo pátio de manobras "contribuirá de forma significativa para redução de conflitos entre a operação ferroviária e o município de Rolândia".
Micaela Orikasa
Reportagem Local
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