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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

ANTIQUÁRIO EM ROLÂNDIA - PR.

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DE VOLTA AO PASSADO - O valor das coisas raras

O comerciante Antônio Quareli, de Rolândia, tem antiguidades que atraem gente de todo o canto

Walkiria Vieira

O garimpeiro do passado garante que não tem apego a nada, mas sente orgulho de suas lambretas

Sentado em uma legítima cadeira de barbeiro, Antônio Quareli, 63 anos, recebe quem chega em sua loja de antiguidades localizada bem no Centro de Rolândia e que atrai gente de todo canto. "Esses dias uma moças vieram de São Paulo e levaram uma penteadeira para colocar em uma butique retrô", conta orgulhoso. Depois de trabalhar 25 anos como vendedor e mais 15 como gerente, seo Antônio assumiu o próprio negócio há cinco anos, mas diz que tem a atividade como hobby. "Hoje, tenho mais flexibilidade, faço meus horários, mas preferi não ficar em casa brigando com a mulher", brinca.


Cercado por uma infinidade de objetos antigos, o comerciante admite que não faz ideia do tamanho de seu acervo e garante que não tem apego a nada. Da carranca que fica na calçada às raridades que exibe com destaque, tudo está à venda. Entre as peças que mais se orgulha estão as lambretas. O modelo LD 1957 Standard é todo original, assim como o LI Minissaia azul. Num piscar de olhos, seo Antonio sobe na lambreta, pisa no pedal e faz o motor funcionar comprovando que tudo está em ótimas condições. "Tem gente que vem aqui só pela paixão pelas lambretas e diz que volta no tempo. Sabia que na década de 1950, o garoto-propaganda da lambreta no Brasil era o Elvis?" 
No local onde funciona uma oficina de radiadores, seo Antonio reúne peças que por si só contam história. As bicicletas impulsionaram o negócio e ainda são carro-chefe, mas há espaço para muitas magrelas antigas, relógios de parede, máquinas de costura e radiolas modelo capelão, de quase 70 anos atrás pra lá de imponentes. É possível encontrar ainda escovões de limpeza que deixavam o piso vermelhão brilhando, fogões à lenha, marocas e até um berimbau. "Tenho projetor de slide, gravador de rolo, carrinho de chá, discos de vinil e ferramentas", vai falando. 
Com vasta experiência no comércio, o dono da loja considera-se um bom negociador e diz que 90% da clientela desdenha do que quer comprar na tentativa de facilitar a pechincha. "Mas eu sei dos valores das coisas e o antigo está cada vez mais raro", avisa. 
Casado há 34 anos e pai de "duas filhas bem criadas", o comerciante de antiguidades considera as estas suas maiores joias. "Elas são advogadas. Meu sonho é me mudar de lugar e fazer um antiquário bem bonito para deixar para elas", confidencia. (Walkiria Vieira/NOSSODIA) 

Os ‘tops’ 
Entre os objetos mais procurados, a roda de carroça ocupa o primeiro lugar. Depois vem a ferradura e logo atrás estão os pés de mesa de máquina de costura. "Esses dias vendi um modelo aranha da Singer, uma raridade e muito procurado para fazer base de aparador. Já tive farol de carbureto e recentemente vendi meu farol de carruagem", comenta. Numa época dominada pela tecnologia, o comerciante mostra um relógio de ponto "para controlar vigilantes noturnos", que precisa dar corda de hora em hora. "Quem usou isso tem a maior raiva porque não podia cochilar", diz. No meio da tarde um senhor chega à procura de um motor de 110 volts para equipar a máquina de de moer cana e alimentar o gado. E assim é a rotina na loja: cada cliente é uma surpresa. (W.V.)

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