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Hospital Universitário de Londrina. Mulher de 49 anos, que era diabética, tratava a doença desde a semana passada
Morte por conta da falta de assistência hospitalar escancara o pior momento da pandemia em todo o estado.
A dona de casa Margarida L... , de apenas 49 anos, morreu vítima do coronavírus na noite de domingo (28) enquanto esperava pela liberação de um leito de UTI no Hospital Universitário de Londrina. Ela tratava a doença desde a semana passada, quando começou a apresentar sintomas mais graves e teve que ser transferida do Hospital São Rafael de Rolândia, cidade onde morava, para o HU. Desde então, a paciente aguardava entubada, em um leito improvisado no setor de enfermaria, pelo surgimento de uma vaga na Terapia Intensiva. Neste meio-tempo, ela chegou a sofrer um infarto, mas continuou com a luta contra a doença. Os sintomas, no entanto, se agravaram ainda mais nos últimos dias, e a paciente, que era diabética, acabou falecendo. Nós conversamos com a filha de dona Margarida, Thainara L,,. Emocionada, a jovem, que está grávida, lamentou a morte da mãe, e disse que isso só aconteceu porque ela não teve as mesmas condições de outros pacientes, que tiveram acesso à UTI, de se recuperar.
A morte por conta da falta de assistência hospitalar escancara ainda mais o pior momento da pandemia de corona vírus em todo o estado, que tem mais de 500 pessoas à espera da liberação de leitos de enfermaria e de UTI. Somente em Londrina e região, são 50 pacientes nesta situação. O problema é que todas as vagas abertas estão sendo utilizadas. No HU, por exemplo, a lotação do pronto-socorro chegou quase aos 200% na semana passada. Na ala Covid, 110% dos leitos de enfermaria e 97% dos de UTI estão ocupados no momento. Falta espaço para acomodar os pacientes, que não param de chegar, e até respiradores. Em Cornélio Procópio, um paciente de 63 anos precisou esperar por três dias, entubado em uma maca na Santa Casa, pelo surgimento de uma vaga de UTI, que só apareceu, no Hospital Bom Jesus, em Ivaiporã, na noite de domingo. E este é só um exemplo do que estaria acontecendo em unidades de todo Paraná quase diariamente. Thainara, que viu sua mãe morrer por conta da falta de leitos, deixou um recado para quem ainda não acredita no poder destruidor da Covid-19.
Por Guilherme Batista
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