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ROLANDIA E O NORTE DO PARANÁ

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pedaço de dedo foi "esquecido" no rosto de empresária

Redação Bonde com TJ/MG

A juíza substituta da 4ª Vara da Fazenda Estadual de Minais Gerais, Rafaela Kehrig Silvestre, determinou que a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) indenize por danos morais umaempresária no valor de R$ 20 mil. Ela foi vítima de falha no atendimento emergencial do hospital João XXIII. A sentença foi publicada no último dia 9 de outubro. 

A empresária disse que, em 1 de abril de 2005, sofreu um acidente automobilístico. Segundo a empresária, o relatório do Boletim de Ocorrência da unidade de resgate descreveu os seguintes ferimentos: fratura de dedos da mão esquerda, amputação de um dedo da mão esquerda e corte profundo no rosto esquerdo. Revelou, ainda, que a vítima foi encaminhada ao Hospital João XXIII, estabelecimento mantido pela FHEMIG e foi submetida a cirurgia no rosto e na mão. Destacou, que o dedo da sua mão esquerda foi de fato amputado no acidente, e não havia sido encontrado para que fosse reimplantado. 

Segundo a empresária, após dois meses da cirurgia o seu rosto apresentava ininterrupta secreção no local afetado. Disse que tomou antibióticos para combater a infecção e internou-se no Hospital Biocor. Ao submeter-se a nova cirurgia em seu rosto, foi encontrado o pedaço que faltava do seu dedo da mão esquerda. A empresária acusou a FHEMIG pela falha no atendimento e esquecimento da falange em seu rosto. Conforme a empresária, ela sofreu prejuízos pela a impossibilidade de reimplante do dedo e a displicência de deixá-lo em sua face, gerando ainda alto risco de infecção generalizada e o risco para a sua vida. 

A FHEMIG defendeu-se alegando ter prestado um atendimento cuidadoso à empresária buscando em um primeiro momento preservar-lhe a vida, pois ela havia sofrido um grave traumatismo craniofacial com comprometimento de seu estado de consciência. Alegou que após esse primeiro momento a rede hospitalar da FHEMIG através do Hospital Maria Amélia ofereceria acompanhamento para cirurgia de mão e a buco-maxilo-facial, mas a empresária optou pelo tratamento na rede particular. 

A FHEMIG afirmou que durante o atendimento inicial a equipe médica retira a maior parte dos resíduos possível, havendo a possibilidade de permanência de corpo estranho. Disse, ainda, que identificar uma parte de corpo humano se torna difícil, seja pelo embebimento em sangue, ou por tratar-se de material biológico. Justificou que o reimplante não seria tecnicamente possível, pois o extravio não foi culposo e tratava-se de um pequeno fragmento digital esmagado. E, por fim, classificou o de um fato escusável, que é o erro decorrente das naturais limitações da medicina, não decorrente de culpa e dolo. 

A juíza destacou que apesar da prova pericial produzida não ter encontrado inadequação técnica na conduta do preposto da FHEMIG a análise dos autos conduz a conclusão diversa. A magistrada ressaltou que conforme a lei o juiz não está adstrito ao laudo pericial e poderá formar a sua convicção com outros elementos ou fatos apresentados no processo. 

A magistrada ressaltou que se tratando de cirurgia reparadora, exige-se do profissional todos os esforços na busca pelo tratamento mais adequado e a técnica mais indicada. 

Lembrou, a juíza, que em sua sua contestação a FHEMIG afirmou que no atendimento emergencial buscou-se a retirar a maioria dos resíduos encontrados no acidentado. Refletiu, a magistrada que "o pedaço de dedo encontrado possuía 2,0 x 1,2 x 0,8 cm, portando, não era tão pequeno que o impedisse de ser visto". 

Para a magistrada, a não percepção e a não retirada do corpo estranho do rosto da autora configura imprudência por parte da ré. 

De acordo com a juíza, não há provas de que foi esclarecido à empresária de que a fratura do ossos da face esquerda deveria ser tratado no Hospital Maria Amélia ou que poderia optar por outro local de tratamento. 

A juíza entendeu que o próprio perito confirmou o fato de os médicos não terem obtido êxito em encontrar a fonte de infecção do rosto da empresária. 

De acordo com a juíza os danos sofridos pela empresária foram causados pela ação ou omissão culposa do médico, sendo que o médico preposto da ré, deverá ser responsabilizado solidariamente. 

Segundo a juíza, "O dano moral foi oriundo de impossibilidade de reimplante do dedo e a displicência de deixá-lo em sua face, bem como a ocorrência de uma segunda cicatriz em cima da anterior. 

A decisão está sujeita a recurso.

SEU FILHO É OBESO ??

Oito erros comuns que podem levar seu filho à obesidade

As consequências até podem demorar para aparecer, mas o problema é, desde cedo, motivo de preocupação

Redação Bonde
Maus hábitos alimentares e o sedentarismo está tornando o mundo está cada vez mais 'gordo', e o problema pode começar mais cedo do que você imagina. Não é à toa que a obesidade infantil já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), atingindo 42 milhões de crianças com menos de 5 anos pelo mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a incidência de meninos de 5 a 9 anos acima do peso chega a 15%. 

Uma reportagem da revista Crescer, especializada no universo infantil, aponta que dois fatores contribuem com o sobrepeso das crianças: a genética e, principalmente, os maus hábitos alimentares, que muitas vezes refletem os da família. Um dos principais vilões nessa guerra é o açúcar, introduzido precocemente na alimentação da criança. 

Um estudo do Jornal de Pediatria, do Brasil, revelou que a partir dos 6 meses, 79,3% das crianças já comiam bolachas e 20,7% consumiam sucos artificiais. É motivo de sobra para se preocupar, já que a obesidade infantil acarreta problemas que impactam na adolescência e na vida adulta, como diabetes e hipertensão. Para manter o distúrbio bem longe do seu filho, a Revista Crescer selecionou os oito erros comuns que os pais cometem na dieta dos pequenos. Anote e comece hoje mesmo a corrigir os maus hábitos. 

1. Abrir mão de amamentar 

Até os seis meses de vida, os pediatras recomendam o aleitamento materno exclusivo, por livre demanda. Não se engane com crenças equivocadas de que seu leite é fraco ou de que o de vaca é mais nutritivo, fazendo a substituição. Dentre inúmeros benefícios, estudos provam que os bebês alimentados apenas com leite materno têm menos chances de se tornarem obesos na adolescência e na vida adulta. "Nós nascemos com a saciedade regulada, então, é muito difícil um bebê mamar mais do que precisa, a ponto de ganhar peso excessivo", conta Renata Maria de Noronha, endocrinologista infantil do Hospital São Luiz (SP). 

2. Negligenciar as recomendações do pediatra 

Se você não amamenta, mas usa fórmula, é preciso tomar alguns cuidados: siga exatamente as instruções de seu pediatra e nem pense em engrossar a bebida com amido de milho, por exemplo, que contém muito carboidrato e favorece o ganho de peso. 

3. Culpar a genética 

Ela é responsável por 50% da propensão à obesidade. Se um dos pais é obeso, a chance da criança ser também é de 40%. Se ambos forem, esse número pode chegar a 80%. Mas é preciso levar em consideração que os outros 50% envolvem fatores ambientais, como o mau hábito alimentar, e que este, sim, é passível de mudanças. 

Reprodução


4. Não estabelecer uma rotina 

Depois dos primeiros 6 meses, começa a introdução de alimentos na dieta das crianças. As papinhas salgadas são as mais difíceis de ser aceitas, por causarem estranheza inicialmente. Nesse momento, é preciso criar uma rotina com os horários de alimentação. A partir do 7º mês, a dieta passa a ter pedaços de comida e é muito importante respeitar o tempo de mastigação da criança. Como sobremesa, invista nas frutas, estimulando seu filho a comer bem desde cedo. Além disso, a família é o espelho da criança, portanto, procure ter uma alimentação saudável na frente de seu filho e o incentive a experimentar novos alimentos. Vale ressaltar que é preciso tomar muito cuidado com a adição de sal na comida das crianças, já que o sódio pode causar hipertensão arterial na vida adulta. 

5. Viciar o paladar 

Nos primeiros dois anos, as crianças começam a desenvolver o paladar. Os alimentos naturais devem ter prioridade. Evite sucos industrializados, que contêm uma quantidade muito grande de açúcar, e dê preferência a frutas naturais. Além disso, essas bebidas podem boicotar a formação do paladar: a criança conhece um gosto diferente do real, e pode acabar não comendo a fruta in natura, futuramente. O mesmo ocorre com os doces: "Muitas vezes, a criança ainda não aprendeu a comer todos os tipos de alimentos saudáveis e a mãe já oferece um iogurte petit suisse de sobremesa, incluindo o açúcar, desde muito cedo, na dieta da criança", explica Renata. Inclua os mais diversos tipos de frutas, legumes e vegetais no cardápio dos pequenos. 

6. Barganhar na hora da refeição 

Os pais devem respeitar a fome das crianças, por isso, nada de forçá-las a comer alimentos saudáveis para conseguir um doce ou chocolate. Assim ela vai entender que um alimento nada saudável é uma recompensa por comer bem. A mania de beliscar também deve ser evitada. "Muitas vezes, os pais acham que a criança não comeu nada e oferecem pedaços de bolacha e outras guloseimas, nos intervalos das refeições", reprova Renata. 

7. Permitir a TV em excesso 

Depois de comer, a criança só tem um jeito de queimar toda a energia: se exercitando. Pode ser com brincadeiras ou com esporte, respeitando a vontade dela. "As crianças não devem ficar mais de 2 horas na frente de uma tela. Elas precisam se movimentar", conclui Renata. Além de gastar mais energia, as brincadeiras são fundamentais para o aprendizado cognitivo. 

8. Comer por dois quando grávida 

Um estudo revelou que a alimentação da mulher durante a gravidez é muito importante para a saúde do bebê. A dieta deve ser bem variada, rica em vitaminas e minerais, mas nada daquela história de comer por dois. O feto, quando dentro da barriga da mulher, precisa de determinada quantidade de nutrientes para se desenvolver. O que passar da conta leva ao peso excedente da grávida e pode acarretar ao diabetes gestacional, elevando as chances de o bebê nascer muito grande, o que pode causar um padrão metabólico de acúmulo. (Fonte: Revista Crescer)

ROLÂNDIA - CARRO BATE NO CHAFARIZ DE MADRUGADA

Motorista foi levado em estado preocupante ao hospital. Foto de Ivan Coutinho.

PROCESSOS CONTRA JOHNNY LEHMANN NA JUSTIÇA ELEITORAL

24/10/13 - 10:00 horas - Novos rumores na cidade sobre possível decisão contra Johnny Lehmann. Acabei de consultar. São estes os processos com as respectivas fases:

3572/2013 - Com o relator
42111/2013 - Suspenso em face de liminar.
341541/2012 - Com embargos
229408/2012 - Remessa ao TSE
259319/2102 - Remessa ao TSE

ESCOLA ROLAND DEFENDE-SE DE ACUSAÇÕES DE DANIEL STEIDLE

Em entrevista via telefone a diretora da Escola Roland, Maria de Fatima Maronezi disse ao Blog do Farina que o corte de 5 arvores da Escola foram necessárias para evitar goteiras e alagamento. "as folhas entupiam as calhas e causavam goteiras e infiltrações em várias salas" - disse. O corte foi autorizado pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Diretoria de Pais. "foi feito antes uma tentativa de evitar o corte, com uma poda... esta poda foi feita muito gentilmente pelo próprio Daniel, mas infelizmentre não resolveu o problema... assim não tivemos outra alternativa... mas plantaremos outras árvores em substituição que não cresçam tanto... não ficamos sabendo da morte da professora Matilde Kempf... estamos muito chocados com esta notícia... ela era uma professora muito querida de todos nós"... concluiu. Com relação a Daniel a diretora disse que não há nada de pessoal contra ele. "O Daniel é neto do fundador da Escola sendo muito querido por todos aqui", arrematou. TEXTO e FOTO by JOSÉ CARLOS FARINA
COMENTÁRIO:  Daniel Steidle Quem faleceu ontem foi a Dona Matilde Kempf, incansável batalhadora pelas plantas, pela educação e pela saúde.   Obrigado José Carlos Farina por levantar a questão... assim o trabalho da Dona Matilde e o sacrifício das árvores não foram em vão... vamos tentar fazer um debate sobre o que aconteceu... em vez de escândalos tentar pôr a criançada para pensar.
MAIS COMENTÁRIOS:
  • Ana Erika Dittrich Escuta, Farina. Nao tem escada e um homem MACHO pra limpar as calhas duas vezes ao ano, não  Espera aí, quem sabe deve ter alguma mulher MACHO que faça isto. Olha aqui, a verdade é descarada: uma pessoa que manda cortar 5 árvores por que as folhas incomodam tem que cortar a cabeça  por que os cabelos que caem também podem entupir o ralo. Esta é a desculpa mais burra e mais esfarrapada que ouço!! Tô aqui com o sangue fervendo! Ai se eu estou aí em Rolândia...


  • José Carlos Farina POSSO PUBLICAR ANA?


  • Ana Erika Dittrich Mandei um comentário lá pro teu Blog, Farina.


  • Ana Erika Dittrich Mas, se vc quiser publicar o que eu escrevi aqui, eu assino em baixo! 

  • Cristina Pieretti de Souza É só limpar gente ... mais que belo exemplo pras crianças... RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL, ECONÔMICA E SUSTENTABILIDADE A ESCOLA ROLAND NÃO ENSINA? POR QUE OS EXEMPLOS QUE DÃO FEREM A ÉTICA DE UMA ESCOLA

DANIEL STEIDLE DENUNCIA

Os incomodados que se mudem?  Ontem, no dia em que a primeira professora da Escola Roland, a Dona Matilde morreu foram derrubadas as árvores que ela plantou na escola. Ela se preocupou em oferecer às crianças flores, sombra, ar, proteção contra o vento e canto dos passarinhos.  Uma árvore com suas raízes, que a prendem a terra, não consegue se mudar. O ser humano sem raízes já planeja se mudar para o planeta Marte... um lugar sem ar, água e muito gelado.  O ditado “os incomodados que se mudem” tem que ser derrubado se quisermos continuar a viver na Terra. É inadmissível continuar a aceitar sistemas autoritários, que por razões “racionalistas”, destroem nossa Terra.  Não são os incomodados, mas os sistemas autoritários que tem que mudar. Precisamos criar raízes, descobrir e ter amor ao lugar onde vivemos, a Terra.


Grupo atira contra dez homens e mata dois

FOLHAWEB

Telêmaco Borba – A Polícia Civil investiga os motivos de um crime violento na noite de terça-feira em Telêmaco Borba (Campos Gerais), quando dois homens foram mortos e outros dois baleados. A polícia já tem informações sobre os autores dos homicídios, mas eles ainda não tinham sido localizados até o início da noite de ontem. 

O crime aconteceu por volta da meia-noite na Rua Bom Retiro, no Parque Limeira Área 2. Quatro homens atiraram pelo menos 12 vezes contra um grupo de dez pessoas em frente a uma residência. Wiliam Santiago de Lima, de 23 anos, e Patrick Félix Barbosa, de 25, morreram na hora. Um outro jovem foi atingido no braço e um segundo, no pescoço. Os bandidos usaram uma pistola nove milímetros e fugiram do local em um carro. 

"Ainda não conseguimos definir os reais motivos dos assassinatos, mas pelo que levantamos o alvo seria o Patrick. Os primeiros tiros foram a esmo, mas depois ficou claro a intenção de matá-lo já que mesmo caído os bandidos continuaram disparando para confirmar a sua morte", explicou o delegado Rubens Miranda Júnior. 

Segundo a polícia, Barbosa morava em Curiúva (Norte Pioneiro). William de Lima residia em Telêmaco Borba. A polícia informou ainda que outros homens que estavam no grupo também tinham passagens. 

"Foi um crime atípico, em relação a outras assassinatos, e isolado na cidade até porque o alvo era de outro município", apontou o delegado. Telêmaco Borba registrou este ano 18 homicídios, contra 29 em 2012.
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

HISTÓRIA DE CORNÉLIO PROCÓPIO - PR.

CORNÉLIO PROCÓPIO – GLEBA CONGONHAS - MAIS UM POUCO DE SUA HISTÓRIA



CORNÉLIO PROCÓPIO – GLEBA CONGONHAS

MAIS UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

Prof.Me. Roberto Bondarik
bondarik@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal do Paraná


            Apesar das origens do município de Cornélio Procópio remontarem ao século XIX quando foi estabelecida da Posse do Rio Congonhas pelo Barão de Antonina, a ocupação efetiva de seu território tem seus registros a partir do final dos anos 20 do século passado.
            A posse Congonhas foi vendida no final do século XIX pelos herdeiros do Barão de Antonina e deu origem a Fazenda Congonhas que posteriormente seria loteada com nome de Gleba Congonhas. É fácil estabelecer quais eram os limites dessas terras, basta imaginarmos que elas abrangiam as duas margens do Rio Congonhas até o divisor de águas com o Rio Laranjinha. As terras cujas águas escoavam para o Congonhas pertenciam a essa gleba. Assim sendo parte do território urbano de Cornélio Procópio lhe pertenciam além é claro do Distrito de Congonhas e Leópolis.
            Segundo dados fornecidos pelo Professor Átila Silveira Brasil em seu livro, a posse do Barão de Antonina foi firmada em 1846 quando a seu mando os sertanistas Joaquim Francisco Lopes e John Henry Elliot exploraram o sertão do Rio Tibagi em busca de um caminho fluvial para a Província do Mato Grosso. Os dois sertanistas mapearam o Rio Congonhas ou “das Congonhas” nesse ano e o batizaram com esse nome por possuir em sua nascente muita erva-mate, chamada de “congonha” pelos paulistas. A posse se iniciava em São Jerônimo e acompanhava as margens do Congonhas até o Rio Tibagi. Consta que John Henry Elliot desejava fundar a Colônia Militar que foi estabelecida em Jataizinho nesse local, próximo de onde é a Ponte Nova em Sertaneja por ser o local abrigado das enchentes constantes, repentinas e violentas que haviam no Rio Tibagi.



Mapa com a extensão original da Gleba Congonhas em destaque em vermelho(Detalhe do Mapa de Romário Martins editado por Roberto Bondarik) 
            Em 1891 os herdeiros do Barão de Antonina venderam suas terras ou parte delas, desocupadas em sua grande extensão para Ildefonso Mendes de Sá. Essa Gleba também se iniciava em São Jerônimo,passava por Santa Cecília com os mesmos limites da bacia do Congonhas. Essa gleba deu origem a Fazenda Congonhas cuja existência é comprovada também pelos mapas que mostram os limites da Colonia Militar do Jatahy naquela época. Englobava também o território de Urai.
            A Fazenda Congonhas foi comprada em 1893 por Olegário Rodrigues de Macedo e José Marcondes de Albuquerque. No ano de 1900 Olegário tornou-se o único proprietário da Fazenda ao comprar a parte de seu sócio. Em 1902 a Fazenda Congonhas mudou novamente de dono sendo comprada por José Pedro da Silva Carvalho. Mesmo mudando de mãos por diversas vezes acreditamos ser difícil que algum deles tenha se fixado nestas terras ou produzido sua ocupação. Era muito comum àquele tempo que fazendeiros e investidores de Minas Gerais e de São Paulo comprassem terras, em grande extensão, no Norte do Paraná. A falta de estradas e outros meios de transporte tornavam os preços mais baixos e atrativos, estas fazendas cujos direitos eram garantidos pelos documentos de posse eram mantidas por meio de documentos, recibos e escrituras, com certeza não eram ocupadas por seus donos legais ou seus prepostos.
            A situação da região começou a mudar quando foi planejada a construção da ferrovia que vindo de Ourinhos em São Paulo teria por objetivo atingir a Assunção, capital do Paraguai. A Ferrovia São Paulo Paraná como foi denominada iria dotar o Norte do Paraná de um meio de transporte eficiente e rápido para aquele tempo, capaz de conduzir grandes volumes de carga e pessoas. A possibilidade de venda das fazendas existentes na área para aqueles que desejavam plantar algodão ou café era muito grande. Imagina-se a valorização das terras cortadas pela “linha do trem”.
Mapa da Ferrovia São Paulo - Paraná
            A ferrovia começou a ser construída e logo ligava Ourinhos a região de Cambará, mais precisamente a fazenda que pertencia a Companhia Agrícola Barboza, de propriedade de Antonio Barboza Ferraz e seus filhos Bráulio e Leovegildo. Construir ferrovia era algo muito caro e de difícil execução, em 1924 os Barboza Ferraz e seus sócios venderam seus direitos sobre a pretensa linha para um grupo de investidores britânicos que eram no Brasil liderados por Lord Lovat. Os britânicos foram atraídos, segundo Nelson Dácio Tomazi em seu livro, pela possibilidade de comprar as terras devolutas da margem esquerda do Rio Tibagi e depois dividi-las em lotes e revendo-os a pequenos proprietários depois de organizada a região com o transporte ferroviário, vias vicinais, estradas de rodagem e centros urbanos planejados. Pode ter sido o negócio imobiliário dos mais rentáveis do mundo destaca alguns pesquisadores. As terras por onde passaria a ferrovia foram adquiridas por investidores paulistas e mineiros antes mesmo que os ingleses assumissem a estrada e anunciassem a compra das terras que dariam origem a Londrina e Maringá por meio da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), subsidiaria da britânica “Paraná Plantations”.
Composição da Ferrovia São Paulo - Paraná
            Desta forma a A região Norte do Estado do Paraná compreendida pelas terras à Oeste do Rio Tibagi, foi efetivamente incorporada ao cenário produtivo nacional a partir das décadas de 1920 e 1930. Fruto de um grande investimento imobiliário no qual se faziam presentes investidores brasileiro mas principalmente britânicosA venda das terras e o estabelecimento das condições logísticas e de infra-estrutura necessárias para a efetiva ocupação e plena exploração econômica somente foram efetivados com investimento e a presença do capital financeiro britânico. Os empresários britânicos conduziam projetos semelhantes em diversas partes do mundo, investindo em mineração, agricultura e logística. Empreendimentos que haviam caracterizado o período vitoriano daquele país.

Trecho da Estrada Cornélio Procópio - Santa Amélia(Foto: Roberto Bondarik - 13 de Julho de 2012)
            O projeto da CTNP não visava apenas ao projeto imobiliário, que pelas informações que possuíam, seria bastante lucrativo. Os ingleses também queriam uma ferrovia, pois nesta área tinham muita experiência em todo o mundo. A CTNP desenvolveu suas atividades durante este período (conhecido como fase inglesa da colonização do Norte do Paraná) e desde o inicio fez intensa propaganda no Brasil e no exterior onde elaborou a um discurso que reforça aquele sobre as maravilhas da região, do progresso e da riqueza ali existente, visando antes tudo trazer compradores para as terras que havia adquirido até então.
            Dentro da perspectiva da construção da Ferrovia São Paulo-Paraná, em 13 de outubro de 1923, José Pedro da Silva Carvalho vendeu a Fazenda Congonhas à Companhia Agrícola Barbosa, por trezentos contos de réis como afirma o Professor Átila. Mas posse ou os direitos acabaram sendo contestados por outras pessoas que se julgavam a proprietárias da área. Isso era comum naquele tempo em que a grilagem de terras era comum ou mesmo de boa fé o registro duplo ou triplo de um mesmo terreno. A Companhia Barboza contratou o advogado paulistano Francisco Morato, que seria fundador do Partido Democrátido de São Paulo e grande articulador da Revolução de 1930 como apoiador de Getúlio Vargas. Francisco Morato conseguiu assegurar os direitos dos Barboza. A gleba da Fazenda Congonhas começou a ser medida, loteada e vendida antes mesmo da chegada dos trilhos da ferrovia a Cornélio Procópio cuja instalação do núcleo urbano estava planejada desde 1924, porém em outra gleba, a Laranjinha de posse de Francisco da Cunha Junqueira. Mas a efetivação das vendas nessa área ocorreria apenas depois de 1932 quando ela foi comprada pela Companhia Paiva e Moreira.

Construção da ponte rodoviária sobre o Rio das Cinzas entre Andirá e Bandeirantes em 1929
(Fonte: Jornal "A República" - Curitiba, 12 de Dezembro de 1929)


           Para dar início à venda dos lotes da Fazenda Congonhas foi preciso abrir uma estrada de rodagem que vinha desde Cambará, passava por Andirá, cruzava o Rio das Cinzas, atingia Carvalhópolis (Abatiá), Santa Amélia e chegava as margens do Laranginha. Cruzando esse rio entrava pelo bairro Igarapava e seguia até onde hoje é a torre da Embratel na saída de Cornélio para Nova Fátima. Nesse ponto tinha início a Gleba da Fazenda Congonhas e em algum lugar as margens da estrada foi erguido o Armazém Velho, feito com tábuas já usadas e trazidas de Cambará. Nesse lugar ficava um administrador encarregado de levar os compradores até seus lotes. A estrada ainda passava por Cornélio e seguia até Congonhas. Possuindo o mesmo traçado da estrada velha até aquele distrito. Cruzava o rio, atingia a Serra do Herval e por fim chegava a Jataizinho, chamada à época de Jatahy. Sua abertura foi concluída definitivamente com as pontes em 1929.
            Esta estrada foi paga pelo Governo do Estado do Paraná e executada pela Prefeitura de Cambará, mesmo as terras pertencendo ao Município de Jacarezinho. Detalhe que o prefeito de Cambará era Braulio Barboza Ferraz, filho de Antonio Barboza e um dos sócios da Companhia Agrícola Barboza que se beneficiou do projeto. O jornal “A República”, de Curitiba publicou reportagem a respeito da construção da ponte sobre o Cinzas em 1929, mostrando sua foto na edição do dia 12 de dezembro daquele ano. A base da ponte é ainda a mesma que foi construída naquele tempo apesar dela hoje ser em concreto. Trata-se da ponte da estrada de terra próximo de Andirá.
Distrito de Congonhas em Cornélio Procópio, efetivamente foi por aqui que teve inicio a colonização deste Município 
Fonte: Roberto Bondarik - 12 de Julho de 2012)


          Pela estrada de rodagem Cambará – Jataizinho chegaram os primeiros pioneiros que efetivamente passaram a viver e produzir no que é hoje o município de Cornélio Procópio. Essa ocupação teve início por Congonhas e acreditamos os primeiros compradores e moradores tenham sido em grande parte ex-colonos das fazendas dos Barboza em Cambará e no Estado de São Paulo.



Cornélio Procópio - 2013(Fonte : Roberto Bondarik)

            Nossa história precisa ser estudada e contada para que seja conhecida e respeitada. Esse é o tributo que devemos à memória e ao esforço dos pioneiros que deram origem a esse rincão do Norte do Paraná.

VÍDEO NORTE DO PARANÁ - MELHOR LUGAR PARA SE VIVER

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