O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), recebeu na manhã desta terça-feira (6) os representantes do movimento Ocupa Londrina, que são contra a reabertura da Rua Piauí, na área do Zerinho do Bosque Central, como pretende o município. No entanto, o encontro foi marcado por frieza por parte do prefeito.
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Os manifestantes, que aproveitaram o programa municipal Prefeitura nos Bairros, em que Barbosa Neto e seu secretariado realizam audiências semanais com a população em pontos distintos do município. O objetivo do grupo era conseguir argumentar com o prefeito os motivos que o movimento Ocupa Londrina tem para a não abertura da Rua Piauí.
Apesar de Barbosa Neto ter afirmado durante a última semana que o Prefeitura nos Bairros no Bosque Central não seria uma afronta ao movimento e que estaria disponível a ouvir os representantes do grupo, não foi o que se presenciou. Durante a audiência, o prefeito mexia no celular, mandando mensagens, enquanto os manifestantes tentavam argumentar com ele a necessidade de se manter o Bosque da forma como está, ou seja, sem a rua o cortando.
Diante desse pouco caso durante a audiência, Barbosa Neto chegou a ser repreendido por um dos manifestantes por conta dele estar mais interessado nas mensagens do celular do que em ouvir a população.
O grupo representando os mais de 30 membros do Ocupa Londrina saiu da reunião descontente. O médico e biólogo, Paulo Gutierrez, lamentou a posição de Barbosa Neto e criticou o fato do projeto ter sido iniciado sem aprovação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para o corte de árvores e sem Estudo de Impacto de Vizinhança.
"O prefeito, enquanto administrador, não valoriza a técnica porque ele sucateou o Ippul de vez. Enquanto político, ele não obedece a lei, o que é o cúmulo em uma democracia representativa. Como cidadão, ele está dando um mau exemplo para os filhos dele, para os nossos filhos, para os munícipes que agora têm todo o direito de não cumprir a lei também", declarou.
Apesar de receber o movimento Ocupa Londrina, a prefeitura não estava aberta ao diálogo. O secretário municipal de Governo, Marco Cito, reafirmou a postura pela abertura da via e disse que isso é uma coisa definitiva.
"A gente vê ainda uma confusão em distinguir o que é o bosque, o que é o Zerinho, o que são árvores nativas e o que são árvores plantadas pelo homem, a quantidade de árvores que foram cortadas versus quantidade de árvores plantadas pelo município. Por esses tantos fatores, não existe motivo do município abrir mão de seu projeto, uma vez que a maioria é a favor. Nós temos estudos técnicos, nós temos necessidade lógica com relação à reabertura da via, ao mesmo tempo reforçando que se trata de um projeto de revitalização", defendeu.
O município já recorreu contra a liminar da ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE), que embargou as obras no bosque, e tenta na Justiça o amparo para o projeto.