FOLHA DE LONDRINA
Desejo atendido
Rafael Silva, judoca que ganhou a medalha de bronze em Londres, percorreu Rolândia sobre o caminhão do Corpo de Bombeiros
Baby desfilou com a medalha no peito e a bandeira de Rolândia nas mãos
Rolândia em festa. Mas não é pela Oktober Fest, não. A cidade parou ontem para receber o filho mais famoso. E ele voltou com um brilho diferente, mais ''bronzeado''. Rafael Silva, o Baby, pediu em entrevista exclusiva à Folha de Londrina na semana passada, ainda em Londres, um desfile em carro dos bombeiros pelas ruas da cidade onde foi criado e ganhou. Foi a recompensa por ter entrado no seleto rol de medalhistas olímpicos. A cidade, que parou para aplaudi-lo, pôde ver de pertinho a medalha que ele batalhou tanto para conquistar.
Com o bronze no peito e a bandeira de Rolândia nas mãos, Baby percorreu todos os bairros da cidade. Fez questão de passar em frente a todas as escolas locais e mostrar a conquista aos alunos. Ele sabe muito bem que será o grande inspirador de muitos que ali estavam para reverenciá-lo.
''Estou muito feliz de ser o exemplo para essa nova geração. Esse era o tema da Olimpíada e o pessoal pode sonhar e pode chegar lá'', afirmou o judoca, bronze na categoria acima de 100 kg (peso pesado) nos Jogos de Londres. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, outra rolandense foi orgulho da cidade. A ponteira Mari foi campeã olímpica com a seleção de vôlei, mas ela foi cortada às vésperas dos Jogos de Londres.
Baby fez questão de cumprimentar a todos por onde passou. Entre um aceno e outro, tinha que se esquivar dos fios da rede elétrica. Isso que dá ter 2,03 metros. ''Quase perdi a cabeça nos fios'', brincou.
A alegria de ver a cidade o saudando era estampada em seu rosto. ''É muito legal poder retribuir a torcida em peso de Rolândia. Estou muito feliz. Todo mundo sofreu comigo para classificar para os Jogos e consegui representar muito bem a cidade, o país'', comentou.
Muita gente que acenava para o ''gigante de bronze'' só ficou o conhecendo agora, depois que ficou famoso. Porém, outros, acompanharam o sofrimento do judoca de 25 anos, que lutou contra o tempo e rivais famosos para chegar ao topo da modalidade.
A família de Baby é de Rolândia, mas o judoca nasceu em Campo Grande (MS). Com três meses de vida, desembarcou no Norte do Paraná e foi lá, na casa dos avós, que cresceu. Ele começou tarde no esporte, aos 15 anos. O porte físico avantajado o ajudou a conquistar bons resultados e a ganhar projeção entre os garotos. Mas quando começou a lutar na categoria adulta, a diferença física acabou e foi o talento dele que prevaleceu. Tanto que foi contratado pelo Pinheiros, onde treina boa parte da equipe brasileira de judô.