Cidades localizadas no Oeste do Paraná apresentam alto índice de infestação, segundo levantamento divulgado pelo MS
Londrina - O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) divulgado ontem pelo Ministério da Saúde indica que 77 municípios brasileiros estão em situação de risco para a dengue. Deste total, cinco estão localizados no Paraná, todos no Oeste, e oferecem risco de surto. O maior índice é o registrado por São Miguel do Iguaçu (8,7%) e na sequência vêm Santa Terezinha de Itaipu (4,8%), Foz do Iguaçu (4,7%), Santa Helena (4,1%) e Matelândia (4%).
Segundo o coordenador da Vigilância em Saúde de São Miguel do Iguaçu, Antonio Sbardella, dois fatores contribuíram para que o município atingisse um índice tão elevado. O principal deles foi a seca que atingiu a região por 60 dias. ''Sem chuva, a população ficou mais despreocupada e descuidou dos objetos que acumulam água. Como voltou a chover nas duas últimas semanas, consequentemente, surgiram os focos'', explicou.
Outro ponto que influenciou no resultado médio - que em setembro estava em 2% - foi o aumento do índice no parque industrial daquele município, que chegou a 14%. ''Nessa área há muito utensílio de metal que fica em desuso no pátio e acumula água'', justificou Sbardella. ''Além disso, a nossa região é complicada por ser vizinha do Paraguai, que neste ano já registrou 30 mil casos de dengue e 67 óbitos.''
Para combater os focos, os agentes de saúde e de endemias passaram a atuar exclusivamente contra a dengue, percorrendo os bairros e as áreas comerciais fazendo um arrastão de limpeza e trabalhos de orientação e conscientização. Conforme Sbardella, é a primeira vez que o município atinge um índice ''tão alto''. Neste ano, a cidade teve um pouco menos de 20 casos da doença.
Em Santa Terezinha de Itaipu também estão sendo realizadas campanhas de conscientização em virtude do elevado índice apontado pelo Liraa. ''O período de estiagem contribui para não ter foco, mas a chuva torrencial que ocorre neste período é agravante'', explicou o diretor de Saúde, Jorge Soares Ferreira.
Para ele, a tendência é que o índice fique ainda pior por causa da situação climática e também pelo período de férias, no qual muitas pessoas deixam as casas fechadas para viajar e, por isso, falta controle do acúmulo de água por parte dos moradores. A proximidade com Foz do Iguaçu e Paraguai também é um ''problema'', conforme Ferreira. O município teve três casos confirmados de dengue neste ano.
Colaboração
A pesquisa realizada em 1.239 municípios brasileiros mostra, ainda, que 375 cidades estão em situação de alerta para a dengue (índice de infestação entre 1% e 3,9%), enquanto 787 registraram índices considerados satisfatórios (menores que 1%). No Paraná, são 26 municípios em alerta e 27 com resultados satisfatórios.
Em Goioerê (Centro-ocidental), o índice aumentou consideravelmente do Liraa realizado em setembro para o levantamento atual, saltando de 0,7% para 3,6%, o que coloca o município em alerta. Para a supervisora de Endemias, Leonice Rodrigues da Silva, o índice de infestação é resultado do ''descuido dos moradores''. ''Esperamos que eles colaborem para que consigamos diminir este número porque estamos em um período preocupante'', alertou, acrescentando que campanhas são conduzidas em toda a cidade com o objetivo de eliminar focos.
Londrina também está em alerta, conforme a diretora de Vigilância em Saúde, Sandra Regina Caldeira. O último Liraa realizado pelo município apontou índice de 1%. ''É considerado baixo para o período, mas é um alerta. Não podemos baixar a guarda e devemos manter as campanhas preventivas pensando que o pico dos casos ocorre em dezembro, janeiro e fevereiro'', disse.
Ações contínuas
De acordo com a chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde, Ivana Lúcia Belmonte, o aumento da temperatura e da umidade do ar fazem com que os ovos depositados pelos mosquitos no período do inverno eclodam com a mudança climática. ''Por isso, as ações contínuas realizadas durante o ano devem ser intensificadas nesta época'', defendeu.
''É um momento de alerta porque estamos próximos do início do verão, que é um período crítico, com risco maior de epidemias. E a dengue já é endêmica no Estado'', completou.
Ivana adiantou que o supervisor de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, se reuniu ontem com gestores dos municípios da região de Foz do Iguaçu, para definir ações a serem tomadas para diminuir esses números.(Com Agência Brasil)
Segundo o coordenador da Vigilância em Saúde de São Miguel do Iguaçu, Antonio Sbardella, dois fatores contribuíram para que o município atingisse um índice tão elevado. O principal deles foi a seca que atingiu a região por 60 dias. ''Sem chuva, a população ficou mais despreocupada e descuidou dos objetos que acumulam água. Como voltou a chover nas duas últimas semanas, consequentemente, surgiram os focos'', explicou.
Outro ponto que influenciou no resultado médio - que em setembro estava em 2% - foi o aumento do índice no parque industrial daquele município, que chegou a 14%. ''Nessa área há muito utensílio de metal que fica em desuso no pátio e acumula água'', justificou Sbardella. ''Além disso, a nossa região é complicada por ser vizinha do Paraguai, que neste ano já registrou 30 mil casos de dengue e 67 óbitos.''
Para combater os focos, os agentes de saúde e de endemias passaram a atuar exclusivamente contra a dengue, percorrendo os bairros e as áreas comerciais fazendo um arrastão de limpeza e trabalhos de orientação e conscientização. Conforme Sbardella, é a primeira vez que o município atinge um índice ''tão alto''. Neste ano, a cidade teve um pouco menos de 20 casos da doença.
Em Santa Terezinha de Itaipu também estão sendo realizadas campanhas de conscientização em virtude do elevado índice apontado pelo Liraa. ''O período de estiagem contribui para não ter foco, mas a chuva torrencial que ocorre neste período é agravante'', explicou o diretor de Saúde, Jorge Soares Ferreira.
Para ele, a tendência é que o índice fique ainda pior por causa da situação climática e também pelo período de férias, no qual muitas pessoas deixam as casas fechadas para viajar e, por isso, falta controle do acúmulo de água por parte dos moradores. A proximidade com Foz do Iguaçu e Paraguai também é um ''problema'', conforme Ferreira. O município teve três casos confirmados de dengue neste ano.
Colaboração
A pesquisa realizada em 1.239 municípios brasileiros mostra, ainda, que 375 cidades estão em situação de alerta para a dengue (índice de infestação entre 1% e 3,9%), enquanto 787 registraram índices considerados satisfatórios (menores que 1%). No Paraná, são 26 municípios em alerta e 27 com resultados satisfatórios.
Em Goioerê (Centro-ocidental), o índice aumentou consideravelmente do Liraa realizado em setembro para o levantamento atual, saltando de 0,7% para 3,6%, o que coloca o município em alerta. Para a supervisora de Endemias, Leonice Rodrigues da Silva, o índice de infestação é resultado do ''descuido dos moradores''. ''Esperamos que eles colaborem para que consigamos diminir este número porque estamos em um período preocupante'', alertou, acrescentando que campanhas são conduzidas em toda a cidade com o objetivo de eliminar focos.
Londrina também está em alerta, conforme a diretora de Vigilância em Saúde, Sandra Regina Caldeira. O último Liraa realizado pelo município apontou índice de 1%. ''É considerado baixo para o período, mas é um alerta. Não podemos baixar a guarda e devemos manter as campanhas preventivas pensando que o pico dos casos ocorre em dezembro, janeiro e fevereiro'', disse.
Ações contínuas
De acordo com a chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde, Ivana Lúcia Belmonte, o aumento da temperatura e da umidade do ar fazem com que os ovos depositados pelos mosquitos no período do inverno eclodam com a mudança climática. ''Por isso, as ações contínuas realizadas durante o ano devem ser intensificadas nesta época'', defendeu.
''É um momento de alerta porque estamos próximos do início do verão, que é um período crítico, com risco maior de epidemias. E a dengue já é endêmica no Estado'', completou.
Ivana adiantou que o supervisor de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, se reuniu ontem com gestores dos municípios da região de Foz do Iguaçu, para definir ações a serem tomadas para diminuir esses números.(Com Agência Brasil)
Aline Vilalva
Reportagem Local
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FOLHA WEB