Andirá – Cinco homens morreram atropelados por um ônibus ontem à tarde no Km 44 da BR-369, em Andirá (Norte Pioneiro). O grupo trabalhava para a Construtora Triunfo, proprietária da concessionária Econorte, que explora o pedágio na região. A rodovia ficou interditada nos dois sentidos por aproximadamente 40 minutos. O congestionamento ultrapassou cinco quilômetros.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os operários trabalhavam na manutenção do asfalto às margens da rodovia quando foram atingidos pelo ônibus, que estaria desgovernado. "O motorista do ônibus alegou que houve um problema mecânico, uma falha no veículo. Para não bater no ônibus que estava na frente, ele jogou para o acostamento, justo onde os operários estavam consertando um buraco", explicou o agente Ivaldo de Oliveira Junior.
Não chovia no momento do acidente e não havia marcas de frenagem na pista. A obra na rodovia estava sinalizada ao longo de um quilômetro.
Sete pessoas foram atingidas no acostamento. Tiago Aparecido Pina Silva, Alessandro Pina Silva, Antonio Carlos de Oliveira, Wellington Cazuza Barbosa e Antonio Melquiades morreram na hora. Com o impacto da batida, alguns corpos ficaram dilacerados. Outros dois operários ficaram feridos sem gravidade.
O acidente fez com que muitos funcionários da concessionária fossem a Andirá. "Estávamos esperando o pessoal chegar do serviço quando fomos informados do acidente. Fomos pegos de surpresa e não tem como esconder a tristeza", lamentou o encarregado de obras Dirceu Antunes. "Estamos arrasados. O clima está ruim e só temos a lamentar", disse o engenheiro Bruno Amaral. A Construtora Triunfo prestou assistência às famílias das vítimas.
O coletivo da JL de Souza, empresa vinculada à Destilaria São José, transportava 21 trabalhadores rurais. Seis passageiros ficaram feridos e foram internados em hospitais da região. Até o início da noite, apenas dois continuavam em observação. Nenhum apresentava lesões graves.
O motorista do ônibus foi encaminhado à Delegacia de Andirá, onde foi ouvido e liberado. O delegado Luiz Fernando Ripp pediu a realização de uma perícia no coletivo. "Não dá para saber se tinha ou não manutenção. Pedi a perícia para verificar se estava ou não em más condições", explicou. O tacógrafo do veículo, que foi recolhido, já apontava ao menos uma irregularidade – não havia registro de data.
Se for constatado que o ônibus não tinha condições de trafegar com segurança, o condutor pode ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). "Se ele estava andando com o veículo em más condições, pode ser indiciado por dolo eventual e ser julgado pelo Tribunal do Júri", afirmou Ripp.
Os laudos do Instituto de Criminalística devem ficar prontos em dez dias.