FOLHAWEB
Avanços tecnológicos, na renda e na área de cobertura facilitam utilização principalmente pelo serviço móvel
O estudante Renan Gaino considera caro o valor que paga pelo acesso via 3G
Bruno Pereira diz que o acesso à internet pelo celular por meio da tecnologia 3G costuma travar
O número de acessos a serviços de internet de banda larga cresceu 37% em um ano, segundo levantamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). As ativações passaram de 75 milhões em maio do ano passado para 103 milhões no mesmo mês deste ano, puxadas principalmente pelo aumento de 45% do segmento móvel. Ampliação explicada pelos avanços tecnológicos, na renda e na área de cobertura, diz o consultor em telecomunicações e ex-funcionário da Sercomtel Antonio Gomes.
Houve ativação de redes de banda larga em 451 municípios no período, ou 13% a mais. O serviço de terceira geração (3G), por celular, está disponível hoje em 3.409 cidades brasileiras, onde moram 89% da população. Foram 81,7 milhões de acessos móveis em maio, das quais 67 milhões por celulares 3G e 14,7 milhões por terminais de dados, que são modems e chips de conexão máquina à máquina. Expansão que o especialista credita à queda do custo, principalmente pelos avanços tecnológicos. "Existe uma facilidade maior porque, no sistema móvel, não há necessidade de se contar com uma estrutura, com instalação de cabos", diz. Porém, ele ressalta que é preciso considerar que é cada vez mais comum pessoas com mais de um aparelho celular.
Na banda larga fixa, o número de acessos em maio chegou a 21,3 milhões, com crescimento de 14%, ou 2,6 milhões a mais do que no mesmo mês de 2012. Gomes volta a citar o barateamento do serviço como causa e diz que o custo de um serviço de 10 megas de velocidade tem hoje preço equivalente ao que 1 mega tinha há três ou quatro anos. "É preciso levar em conta os aumentos do poder aquisitivo, da concorrência entre empresas e da tecnologia", conta.
O consultor cita um estudo anual divulgado no início do ano, o "Atlas Brasileiro de Telecomunicação", que revela que 43% das pessoas com banda larga no País contam com velocidade entre 512 kbps e 2 megas. Outros 37% vão de 2 megas a 12 megas. "A concorrência também ajudou os preços a baixarem", diz. Em Londrina, 18 empresas estão autorizadas a prestar serviços de acesso por banda larga.
Sobre o 4G, ele diz que não é possível fazer uma análise porque o serviço está restrito a capitais que receberão a Copa do Mundo de 2014. Foram 80 mil acessos pelo sistema somente a partir de abril. "A expansão desse serviço deve caminhar com alguma lentidão porque ainda há dificuldade em instalação de equipamentos de transmissão."
Qualidade
Gomes sustenta que a qualidade do serviço no Brasil é adequada, principalmente pela expansão da cobertura e do cabeamento móvel. "No Paraná, a Copel está em quase todos os lugares e em outros estados está melhorando", diz, no caso da rede fixa. Segundo a Telebrasil, há infraestrutura de banda larga fixa em todos os municípios brasileiros.
Os usuários não têm a mesma opinião. O montador de móveis Bruno Pereira acessa a internet pela banda larga do celular há cinco meses, apenas para ver vídeos e entrar em redes sociais. O plano que assinou cobra um valor de R$ 0,50 por dia em que ele use o serviço, valor que considera adequado, com um porém. "Na empresa em que trabalho tem Wi-Fi e funciona bem, mas quando uso pela operadora costuma travar."
Pelo mesmo motivo, o estudante Renan Gaino considera caros os mesmos R$ 0,50 centavos por dia de acesso. "Pela qualidade, o preço não é bom. Se fosse tão rápido quanto é por Wi-Fi, seria um valor adequado."