Clima tenso na Câmara de Cornélio Procópio
Insatisfeitos com resultado de reunião com vereadores, estudantes prometem permanecer no Legislativo
Manifestantes reclamam que houve corte de internet na Casa para prejudicar a comunicação
Integrantes do grupo que ocupou a Câmara de Vereadores de Cornélio Procópio (Norte) registraram ontem na delegacia de polícia um boletim de ocorrência sobre suposta ameaça de morte que sofreram. O estudante de engenharia Victor Hugo Vaz disse que recebeu uma ligação anônima com a ameaça, "mais tarde confirmada por outra pessoa". "Queremos saber o que polícia pode fazer para garantir a nossa segurança neste fim de semana, pois continuaremos na Câmara", disse Vaz, que acredita que a ligação ameaçadora tenha relação direta com o protesto.
Acampados no Legislativo desde quinta-feira, os integrantes do grupo Movimento Muda Cornélio (MMC) mantêm perfil em rede social onde listam as reivindicações. Dentre os itens, eles criticam "o uso do legislativo municipal para fins próprios e retaliações pessoais entre os próprio vereadores" e querem explicações sobre "existência de cargos comissionados fantasmas", "ausência de identificação nos carros oficiais" e "circulação dos veículos oficiais fora de horário, conduzidos por pessoas não autorizadas".
Segundo Vaz, a reunião que tiveram ontem com os vereadores para cobrar explicações não foi esclarecedora. Ele reclamou ainda que houve corte de internet na Casa para prejudicar a comunicação. Procurado pela FOLHA, o presidente da Câmara, Edimar Gomes Filho (PSB), negou que o corte tenha sido represália. "A internet está disponível nos gabinetes, mas não podemos deixá-los abertos."
Gomes Filho, porém, confirmou o fim do diálogo. "Perguntaram e os vereadores responderam. Marcamos a audiência para a semana que vem, como pediram, mas eles não querem sair. Então agora a conversa será só jurídica." Ele não quis antecipar que medida será tomada. O parlamentar disse que não sabia das supostas ameaças aos estudantes. Apesar de insinuar que a ocupação teria motivação política, evitou dar detalhes. "A população sabe o que está acontecendo."
Edson Ferreira
Reportagem Local