Aumenta o número de mortos em consequência das chuvas em MG e ES
Em Minas, corpo de menino de 7 anos é encontrado e, no ES, um homem é a 15a. vítima dos temporais
Sobe para 18 o número de mortos por causa das chuvas no
Espírito Santo, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil nesta quarta-feira (25/12). As vítimas fatais são dos municípios de Baixo Guandu (2), Barra de São Francisco (1), Colatina (5), Domingos Martins (1), Itaguaçu (8) e Nova Venécia (1).
Segundo a Defesa Civil, o estado ainda registra mais de 48 mil pessoas que estão fora de suas casas por causa dos temporais, entre desabrigados e desalojados. A estimativa é que 20 mil quilômetros de estradas tenham sido destruídos e danificados pelos temporais, que atingiram mais fortemente 50 dos 78 municípios do Estado.
"Em algumas cidades, pessoas que estavam desalojados, estão retornando para sua casas. O levantamento das pessoas afetadas continua prejudicado pela dificuldade de acesso a muitas localidades, algumas totalmente isoladas pela intensa inundação, sem comunicação, água potável e energia elétrica", diz a nota da Defesa Civil.
As orientações da Defesa Civil são para que a população que vive nas áreas de risco vá para um local seguro; fique atenta à movimentações de terra; tenha em mãos o telefone da Defesa Civil no município; evite áreas alagadas, terrenos acidentados, locais em que há buracos, bueiros abertos e fiação elétrica exposta. O órgão alerta que trincas no chão, inclinação de cercas, postes e árvores são indícios de deslizamento - a orientação é para que, nesses casos, o local seja abandonado imediatamente. A população atingida pode solicitar atendimento por meio do número de emergência 193.
Chuva recorde
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnicas e Extensão Rural (Incaper) informou que as fortes chuvas que há mais de uma semana atingem o Estado já são as maiores enfrentadas, desde que começaram as medições meteorológicas no Espírito Santo, há 90 anos. Segundo o Incaper, o fenômeno é decorrência de "um canal de umidade associado à presença de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que vem mantendo o tempo encoberto em todo o Estado".
As informações indicam que já foram registrados acúmulos de chuva com volume superior a 700 milímetros desde o início do mês de dezembro em alguns municípios do Estado. "O solo já está muito encharcado, e a continuidade da chuva só agrava os impactos", disse Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.
Os estragos causados pela chuva já são considerados maiores do que a tragédia registrada na enchente de 1979, que afetou municípios de Minas Gerais e Espírito Santo localizados no Vale do Rio Doce. Naquela época, quase 48 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Foram registradas 74 mortes. Houve 4.424 residências atingidas nos dois Estados.
A maior cheia da história do rio Doce foi em 1997, quando o manancial ultrapassou a cota de 8,7 metros. Em Colatina, a cota de inundação do rio Doce é de 5,2 metros. "Em outras palavras, ao atingir este nível, o rio transborda e pode inundar vários pontos da cidade", disse Ramos.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inundação e deslizamento de terra na região serrana e alagamentos em Linhares e Colatina, devido ao nível do rio Doce estar acima da taxa de inundação. A avaliação do Incaper é de que o rio deve ultrapassar 10 metros.
Em Minas Gerais, menino de 7 anos é 17º vítima da chuva
A Defesa Civil de Minas Gerais informou nesta quarta-feira que o menino Leandro de Souza Batista, 7 anos, que havia desaparecido em Sardoá após um escorregamento de uma encosta, foi encontrado nesta quarta-feira, sem vida. Leandro é a 17º vítima das chuvas no Estado, que enfrenta situação de emergência em 24 municípios.
Sardoá está localizado na região do Rio Doce, nas proximidades de Governador Valadares, a 326 quilômetros de Belo Horizonte. Até esta quarta, a cidade havia registrado seis mortes por causa dos temporais, sendo quatro crianças, com seis, sete, nove e dez anos.
Os demais municípios que registraram mortes por causa das chuvas foram: Governador Valadares (2), Astolfo Dutra (1), Caratinga (1), Aimorés (1), Francisco Sá (1), Ipatinga (1), Timóteo (1), Itanhomi (1), Belo Horizonte (1) e Itabira (1).
O Estado possui, até o momento, 3.410 desalojados e 744 desabrigados. Uma pessoa continua desaparecida desde o início dos temporais. Cerca de 6 mil casas foram danificadas e 67 foram completamente destruídas.
Bombeiros e policiais militares do Rio vão ajudar vítimas da chuva no Espírito Santo
Um grupo de 20 bombeiros do Grupamento de Busca e Salvamento do Estado do Rio de Janeiro embarcou na manhã desta quarta-feira (25/12) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na Base Aérea do Galeão, com destino ao Espírito Santo. Os militares são especialistas em salvamento em desastres e vão dar apoio às ocorrências causas pelo temporal no estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Civil, outro grupo segue por terra. A ajuda vai permanecer no Espírito Santo por tempo indeterminado.
O governo do Estado do Rio também enviou hoje (25) a Vitória um helicóptero Esquilo do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar. O pedido de ajuda para socorrer as vítimas das chuvas no Espírito Santo foi feito pelo governador do estado, Renato Casagrande. O helicóptero conta com tripulação de seis policiais militares e vai ajudar no resgate de vítimas da chuva em áreas de difícil acesso e distribuir mantimentos e remédios. A equipe vai ficar à disposição do Gabinete Militar do Espírito Santo.
Chuvas devem continuar no Sudeste e em outras regiões
As chuvas devem continuar, de moderadas a fortes, em Minas Gerais e no Espírito Santo e nas regiões norte e noroeste do Rio de Janeiro. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão vale também para áreas isoladas de Goiás, do Distrito Federal, do Tocantins, de Mato Grosso e de Rondônia. Nesses estados, porém, a chuva pode ser acompanhada de trovoadas e rajadas de vento ocasionais.
Já o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informa que podem ocorrer chuvas fortes para hoje (25) e amanhã (26) e que a tendência é que elas continuem provocando desastres naturais nas áreas vulneráveis de Minas Gerais e do Espírito Santo. Para o restante do país, prevê chuva forte no centro-sul e leste de Mato Grosso do Sul, chuvas localizadas no noroeste, centro e norte/nordeste do Paraná, em São Paulo (oeste, centro, norte e nordeste, com menor chance na capital, no litoral norte, Vale do Paraíba e na Serra da Mantiqueira), em Goiás, no Distrito Federal, no extremo sul, sudoeste e oeste da Bahia, no Tocantins e no sudoeste do Piauí. Pode ocorrer chuva forte também no sul e oeste do Maranhão, em grande parte do Pará, sul, norte e leste do Amapá, norte, noroeste, nordeste e leste de Mato Grosso, centro-norte e leste de Rondônia, centro-leste e sul do Acre, no Amazonas e centro-sul de Roraima.
Para amanhã, pode haver chuva forte no sul de Mato Grosso do Sul, centro-oeste e norte do Paraná, em grande parte de São Paulo (exceto o cone leste, litoral e capital do Estado), Minas Gerais (principalmente no norte, na capital, no Vale do Rio Doce e em Mucuri), no Espírito Santo (principalmente no Vale do Rio Doce), no sul e oeste da Bahia, norte de Goiás, Distrito Federal, norte de Mato Grosso, Acre, em Roraima, Rondônia, no litoral do Paraná, Amazonas, em grande parte do Pará, no Tocantins, sul do Piauí e centro e sul do Maranhão.
A boletim emitido às 18h20 desta quarta-feira (25) pela Defesa Civil de Minas Gerais, prevê para quinta-feira "céu parcialmente nublado, com possibilidades de pancadas de chuva nas mesorregiões do Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Oeste. Nas demais localidades do estado, o dia será de céu nublado e ocorrerão chuvas a qualquer hora, por vezes de intensidade moderada a forte. As temperaturas permanecerão estáveis e amenas, exceto nas áreas sem chuvas, onde sofrerão ligeira elevação. Em Belo Horizonte, o dia será de céu nublado, com curtos períodos de sol e pancadas de chuva, a qualquer hora. Na bacia do rio Sapucaí, o céu ficará parcialmente nublado a nublado, com possibilidades de pancadas de chuva. Na bacia do rio Doce, tempo instável, cé