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ROLANDIA E O NORTE DO PARANÁ

terça-feira, 8 de abril de 2014

ROLÂNDIA - MASSUCI COM CLOARA PINHEIRO DO SBT


ROLÂNDIA - SALÃO EM CHÁCARA PARA FESTAS E EVENTOS


TIGELA FOI COMPRADA POR 36 MILHÕES DE DÓLARES


Bilionário chinês comprou esta tigela da dinastia Ming por US$ 36,05 milhões (cerca de R$ 80 mi), um valor recorde para a porcelana chinesa.http://uol.com/bwdz40

ROLÂNDIA - DANIEL STEIDLE DA FAZENDA BIMINI NA FOLHA DE LONDRINA

FOLHA DE LONDRINA

08/04/2014 

Aprendendo com a diversidade da natureza

Projeto da Fazenda Bimini, em Rolândia, estimula nas crianças a reflexão sobre o processo de competição no meio ambiente e na sociedade

As crianças também foram no riacho observar os lambaris, que não se trombam e vivem em harmonia
Num antigo terreirão de café, os pequenos desenharam com giz de cera suas representações das copas de árvores
Fotos: Saulo Ohara
No passeio pela mata, os alunos receberam explicações sobre o processo de decomposição do material orgânico
Há quase 20 anos a Fazenda Bimini, em Rolândia, realiza um respeitado trabalho de educação ambiental na região e em 2014 - aproveitando a iminência da Copa do Mundo, este ano, e da Olimpíada, em 2016 – as atividades estão sendo direcionadas para a reflexão acerca do processo de competição que acontece na natureza e na nossa sociedade. Na semana passada, 19 alunos do segundo ano do fundamental 1 da Escola Roland, de Rolândia, puderam participar de um dia de campo cheio de surpresas e aprendizagens. A ideia é valorizar a natureza como uma grande escola. 

Seja a partir da observação da diferença entre as copas das árvores e até deles mesmos, o tempo todo os alunos são lembrados que a diversidade faz parte da vida e é necessária para o desenvolvimento do meio ambiente e da humanidade como um todo. Com atividades práticas, como uma brincadeira de cabo de guerra e até a simulação de um pódio com bichos de pelúcia, os alunos são levados a refletir sobre os diferentes processos de competição. Os tijolos enfileirados com carinhas tristes serviram para demonstrar o perigo da padronização/massificação. "É preciso valorizar a riqueza que existe na individualidade e criatividade de cada um", lembra o educador Daniel Steidle, que não por acaso estava caracterizado de ovelha negra. 

Na natureza, a competição é marcada pela sobrevivência, em um ciclo dinâmico em que tudo é reaproveitado. A árvore que cai é a mesma que irá servir de fonte de nutrientes para as plantas que estão se desenvolvendo - bem diferente das competições entre nós, em que o desejo pelas condecorações parece predominar. "A Olimpíada na natureza é para sobreviver. A Olimpíada na nossa sociedade é para concorrer", lembra Steidle. 

No antigo terreirão de café, as crianças fizeram desenhos com giz de cera das suas representações das copas de árvores. Pelo resultado, deu para perceber que definitivamente cada um tem uma forma diferente de enxergar o meio ambiente que o cerca, com suas formas e cores diferentes. 

Cinema no antigo paiol
No Cine Paiolzão, montado no antigo paiol da fazenda, com piso de peroba-rosa, as crianças puderam assistir a um trecho do clássico "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, que demonstra com propriedade o processo de um trabalho repetitivo e extenuante. Antes, puderam observar a reprodução de uma imagem de um rebanho de carneiros brancos com apenas um de cor preta. Mais um exercício de percepção. No final, se encantaram com parte do documentário "Planeta Terra" (BBC), que mostrou imagens impactantes sobre o processo de competição na natureza entre plantas e animais. "Todos esses filmes têm em comum a temática ambiental da superação, da coragem, do agir individual", observa o educador. 

Após assistirem aos filmes, eles ainda fizeram uma atividade de observação para colocar em prática alguns dos conceitos observados. Diante de pequenos cogumelos ou da imensidão de um bambuzal, a chance de observar a natureza com mais calma e atenção. Eles também puderam experimentar bambu em conserva, preparado por Ruth Steidle, mãe de Daniel, e se deliciaram. "É preciso conhecer bem para poder conviver bem. E mesmo na cidade podemos aprender com a observação da natureza que ainda está presente", salienta Steidle. No passeio pela mata, mais explicações sobre o processo de decomposição do material orgânico. Para finalizar, eles ainda foram no riacho observar os lambaris, que não se trombam e vivem em harmonia. 

"Esse tipo de atividade é fundamental para despertar nos alunos um outro tipo de consciência ambiental, pois eles vivenciam na prática muitos dos conteúdos que os livros trazem apenas na teoria e são difíceis de praticar na sala de aula. E esse enfoque sobre a competição é muito importante para reforçar entre eles a importância da ajuda mútua, do cooperativismo, combatendo esse estímulo exacerbado hoje em dia pelo individualismo e o consumismo", destaca a professora Rita Cristina Schuster. 

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ROLÂNDIA - Minha cidade disfarçada

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Escrito por Elifas Andreato   

Nasci mesmo em Rolândia, em 22 de janeiro de 1946, às catorze horas e trinta minutos, quando ela, disfarçada de Caviúna, serviu de abrigo seguro para seus heroicos fundadores.

Quando cheguei em São Paulo, menino ainda, um capiauzinho migrante paranaense, duas coisas me incomodavam: meu nome, que os vizinhos húngaros estranhavam, e o nome da minha cidade. Com meu nome fui aos poucos me acostumando, e também com as variações que davam a ele. Mas Rolândia parecia nome feio, estrangeirado demais para a minha cabeça de matuto recém-chegado à civilização.

Quando completei 14 anos, arranjei meu primeiro emprego e precisei tirar carteira de trabalho. Ainda não sabia ler. Quando, orgulhoso, mostrei a carteira aos amigos alfabetizados, fui informado que minha cidade natal não era Rolândia, mas Caviúna. Surpreso, pedi aos meus pais esclarecimento sobre o assunto, mas eles também não tinham resposta para a minha curiosidade. Eram migrantes oriundos das cidades vizinhas, situadas na divisa com São Paulo. Pouco sabiam da história da cidade que os acolhera para cultivar café, esperançosos com a propalada fertilidade da nova terra. A duplicidade de nomes continuou me intrigando.

Em 1987 eu já era considerado filho ilustre de Rolândia. Recebi da cidade uma comovente homenagem e aproveitei a ocasião para melhor conhecer sua história e a misteriosa origem de seu nome. A cidade fora fundada em 29 de junho de 1934 por alemães judeus perseguidos pelo nazismo, e seu nome era uma homenagem ao herói medieval Roland, sobrinho do lendário Carlos Magno. Fugindo do Holocausto, os fundadores foram obrigados a trocar todos os bens que tinham na Alemanha por títulos de terra na floresta que cobria todo o norte do estado do Paraná.

No livro A Travessia da Terra Vermelha – Uma saga dos refugiados judeus no Brasil, Lucius de Mello faz um impressionante relato do sofrimento dos fundadores de Rolândia. Ameaçados por movimentos pró-nazistas surgidos no Sul do País, eles mudaram o nome da cidade para Caviúna em dezembro de 1943. Só em 1947, com o fim da Segunda Guerra e a derrota dos nazistas, a cidade voltou a ser Rolândia.

Eu, portanto, nasci mesmo em Rolândia, em 22 de janeiro de 1946, às catorze horas e trinta minutos, quando ela, disfarçada de Caviúna, serviu de abrigo seguro para seus heroicos fundadores. 

Em 25 de novembro de 2010, recebi da minha amada cidade o título de cidadão emérito e a promessa de restauração da pequena estação de onde parti quando começava a sonhar meus sonhos. Lugar em que espero ver, ainda em vida, minha história e obra guardadas junto à bela história da terra onde nasci.

COMENTÁRIO: É verdade Elifas... prometeram sim.. eu estava lá e filmei tudo. Ver no Youtube.. "ELIFAS ANDREATO ROLÂNDIA FARINA"... Já passou da hora do prefeito terminar as obras do Centro Histórico... Hoje parece mais um cenário de filme de faroeste.. daquelas cidades abandonadas... JOSÉ CARLOS FARINA