As paisagens das matas nativas vistas pela alemã Nanuk Mathilde Hoster quando ainda era criança e chegou com a família de imigrantes ao Norte do Paraná na década de 30 nunca abandonaram sua memória afetiva. As cenas marcantes da região onde anos mais tarde seria fundada a cidade de Rolândia se tornaram inspiração para as pinturas produzidas pela imigrante quando ela se tornou artista plástica já na fase adulta. A história da artista plástica que iniciou carreira como autodidata em São Paulo e ganhou reconhecimento no Brasil, na Europa e no Japão virou um curta-metragem que será exibido, neste domingo, no 1º Festival O Cubo de Cinema, que acontece até 22 de maio, no Rio de Janeiro.
O diretor do curta-metragem intitulado "Nanuk Mathilde Hoster", José Dias Lima, conta que as filmagens foram realizadas no ano passado. "Participamos do Festival Kinoarte de Cinema em 2013 e depois disso resolvi me inscrever em outros eventos. Fiquei surpreso e feliz ao saber que havia sido selecionado para esse festival do Rio. É um evento que visa criar uma plataforma de acesso às produções cinematográficas independentes, visando obter financiamentos nacionais e internacionais para novas montagens", afirma.
Natural de Rolândia, Lima relata que conhecia superficialmente a história da artista plástica retratada no curta. "O Centro Cultural de Rolândia foi batizado com o nome dela. Inscrevi o projeto para realizar a filmagem em um fundo municipal de incentivo à cultura e depois da aprovação eu e o roteirista Fabrício Santesso mergulhamos em pesquisas junto aos familiares de Nanuk, que faleceu aos 74 anos, no ano 2000", afirma.
O roteiro do curta-metragem de 16 minutos, que está disponível no Youtube, mostra um dia na vida de Nanuk que ao amanhecer relembra suas memórias e ao anoitecer resolve descansar. "Optamos por realizar as filmagens somente com atrizes e atores amadores que moram em Rolândia e nos surpreendemos com o resultado das atuações", afirma Lima.
O diretor considera "Nanuk" seu primeiro curta-metragem profissional e afirma que a seleção no 1º Festival O Cubo de Cinema serviu de impulso para a participação em outros eventos cinematográficos. "Sou formado em artes visuais e fiz especialização em cinema. Trabalhei durante muito tempo em produções para TV, mas essa foi a primeira vez que fiz algo com uma linguagem mais cinematográfica. Ter sido selecionado para esse festival foi um incentivo para me aprimorar ainda mais", enfatiza.