JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

GIU LUIGI E O BOSQUE DE LONDRINA


Concordo em fechar todo o bosque, essa idéia eu disse há muito tempo, desde o começo dessa história.  Que sejam postas grades de ferro maciças e altas.  Aquilo tudo deve ser um santuário verde no centro da cidade cujo papel deve ser o de testemunhar o início de Londrina, ser uma reserva da mata original contendo espécies vegetais da região.  Os pés de eucaliptus ou outra árvore exótica devem ser erradicados para que alí estejam somente os exemplares típicos da mata atlantica subtropical úmida.  Essa é a medida ecologicamente correta e nada mais. Dessa forma toda a área isolada compreendida desde o correio até a praça da concha acústica e os monumentos aos pioneiros ficaria reservada para reuniões e eventos culturais como acontece no Largo da Ordem em Curitiba, algo que se tornaria marca do centro velho de Londrina, um Centro Histórico. TEXTO GIU LUIGI - FOTO JOSÉ CARLOS FARINA

4 comentários:

  1. Cara, não concordo com sua opnião. Acredito que o solo urbano tenha um papel social muito mais importante do que ser um simples viveiro de pombas - que nem são animais silvestres brasileiros. Assim como a maior parte das árvores do bosque não são naturais dali - foram plantadas posteriormente...incluindo aquelas que foram cortadas. Concordo com a preservação do bosque, mas como área útil de lazer, ventilação, sombreamento e ornamentação da cidade - e hoje ela não é nada disso. Sempre passo por ali e não consigo contar 20 pessoas usando aquele espaço todos os dias. Para uma população de 510.000 habitantes, qual a porcentagem? Também sou contra a abertura da rua, mas sou a favor sim de intervenções no bosque. Concordo e defendo a limpeza que fizeram, removendo o extrato verde mais baixo e permitindo a visualização melhor do bosque como um todo. Quanto as árvores maiores...se for preciso remover algumas, mas com algum tipo de critério que justifique muito bem isto, eu também concordo. Olhe o Central Park, o Jardim de Luxemburgo, entre outros parques famosos do mundo inteiro, onde o verde e as atividades humanas convivem em harmonia. Porque isso não pode ocorrer no Brasil? Mater aquele espaço como área verde é algo que realmente vai além das questões ambientais...é a história da nossa cidade, a nossa identidade...mas não precisa ficar parecendo uma selva, e o que é pior, uma selva irreal, plantada...pura enganação. Aquilo pode e deve ser uma área de descanso, de lazer, aproveitável para humanos, e não pombos.
    Quer defender o verde realmente? Tenha esse empenho todo para preservar a Mata do Godoy, que a maioria dos Londrinenses sequer vai lá conhecer...ou a fazenda Refúgio, ou o parque Arthur Thomas...todos estão sofrendo muito com problemas muito graves....erosão, queimadas, deslisamento de encostas, e principalmente ataque de espécies invasoras - estas últimas podem acabar com a Mata do Godoy antes mesmo do aeroporto de Cargas que fará vizinhança a mata. Por Favor, pare de jogar informações baseadas no achismo na internete...cada um tem sua opnião, mas divulga-las como uma verdade absoluta em um meio de comunicação, acessível a uma população extremamente inculta, é um risco muito grande. Acho que Londrina merece projetos mais ricos, e pessoas com idéias mais ricas tb. Agora uma crítica ao IAP: o IAP estabelece um padrão, normas e critérios a serem seguidos mas se esquece de pensar...de analizar cada caso, de ser ágil, de ser menos burocrático e mais prático. Londrina está travada...hora por conta do IAP, hora por conta da prefeitura..até quando vamos ver cidades 10 vezes menores que Londrina darem um banho em nós na geração de emprego e renda, atração de investimentos e capacidade de atendimento dos serviços públicos? Acorda pelo amor de Deus...ficar discutindo a retirada de 20 árvores e não discutir projetos de desenvolvimento da educação por exemplo, incluindo aí o ensino de práticas sustentável é muita burrice. Qual a porcentagem da população que sabe selecionar os resíduos que produz? É feito o que para resolver isso? Desculpe, isto é um deabafo meu. Se eu estiver errado...vou subir na minha nave e ir embora daqui, porque ai definitivamente saberei que não sou deste planeta.

    ResponderExcluir
  2. Matheus: Você e os demais que pensam igual talvez nem vão padecer pela falta das florestas, mas sim as futuras gerações. Só quem não conhece nada sobre meio ambiente pode falar assim. Ora, se de tudo que tínhamos de florestas em Londrina em 1930 a Cia. de Terras reservou apenas este pedacinho, se o perdermos ficaremos sem NADA. E você ainda acha que está bom? Não podemos admitir que se tire dali nenhuma árvore. Existe outras fórmulas para eliminar as fezes dos pássaros. Ainda bem que o prefeito e o povo de Maringá não pensa igual a você. JOSÉ CARLOS FARINA

    ResponderExcluir
  3. Matheus, a princípio vc pode ter razão em alguns aspectos, mas errou ao dizer que minha opinião seja baseada em “achismos”. Sou engenheiro agrônomo e pós-graduado em gestão ambiental. Considero sim a questão da ocupação de espaço urbano, mas observo também outros fatores envolvidos. A começar pela questão sanitária onde as fezes das pombas amargosinhas (que são nativas em toda a América do Sul e não exóticas) que, como vc mesmo concorda, se acumulam exalando o odor fétido da fermentação, o que incomoda quem atravessa a área. Também existe o fato de que elas se transformam em pó quando secas e pisadas por transeuntes é levada pelo vento e traz o perigo de infecção pulmonar aos moradores locais. Se retirarmos o pavimento que impermeabiliza o solo haverá a rápida decomposição e mineralização desses excrementos na terra, o que resolveria o problema. Caso as coisas forem como vc sugere, seria preciso um apoio logístico grande e permanente por parte do poder público local pra garantir a sanidade do bosque para os freqüentadores (limpeza das passarelas, bancos, mesinhas, banheiros públicos, etc), assim como a questão de segurança. Eu não acredito que possamos confiar que qualquer prefeito que estiver ocupando a cadeira vai garantir esse serviço permanentemente. O mais crível é que logo o espaço voltará ao esquecimento e ao abandono como sempre acontece. O que se espera é que aquilo volte a ser latrina para mendigos(como li no jornal outro dia), ponto para prostituição, uso de drogas, assaltos, marginalidade em geral onde o cidadão de bem passará longe. Isso é tão certo como dois e dois são quatro. As árvores presentes no espaço são em grande maioria nativas sim, mas existem dois pés de eucaliptus que deveriam ser erradicados por serem originários da Austrália assim como alguns pés de Santa Bárbara originária da Índia e adjacências. Não saí pra fazer levantamento a respeito, mas devido ao fluxo de pessoas que trazem espécies diferentes deduz-se que devam existir outras plantas exóticas sim, mas em quantidade menos expressivas. É perfeitamente possível fazer um trabalho de manejo corretivo na área para adequá-la como de preservação de nativas transformando-a num museu a céu aberto – as placas de identificação das árvores existentes já sugerem isso. Concordo quando diz que devemos cuidar da Fazenda Refúgio ou da Mata dos Godoy ou do Parque Arthur Thomas, mas isso não exclui a necessidade de se providenciar a resolução do Bosque como área de preservação também. Portanto volto a defender algo tido como radical por alguns, mas sensato devido à realidade dos fatos: a falta de solução satisfatória como uma praça para freqüência de pessoas.
    Por outro lado, os pioneiros ali deixaram algo que representa um regalo aos nossos olhos e pulmões quando passamos ao lado. Só a presença da massa verde já cumpre com sua função no centro da cidade. Não é preciso tomar o bosque nas mãos para sentir seu efeito, pois desde criança sei que ver não é pegar. Não é preciso ter uma funcionalidade maior como um espaço pra lazer. Ali não deve ser tratado como um espaço de árvores para apenas enfeitar ou servir como área de lazer, mas sim um espaço que desenvolve uma relação entre elementos da Mata Atlântica subtropical encravada no coração de uma metrópole. Se considerar que como lazer seria para menos de vinte pessoas a coisa complicaria ainda mais. Pois então que o Bosque seja isolado com grades altas, fortes e maciças para impedir o acesso de marginais e deixar desenvolver a mata em paz. Além de servir como prova da consciência ambiental do nosso povo poderia ser também visitada de forma controlada tanto pelo cidadão comum, turistas, como por estudantes e pesquisadores, por exemplo.

    ResponderExcluir
  4. Parabens Gigio. Postei a sua carta no Blog do Farina. Um abraço. Deus te abençoe.

    ResponderExcluir