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domingo, 21 de abril de 2013

DE VOVÓ PARA OS NETINHOS - Sérgio de Sersank


No princípio, apenas Deus,

nada mais, mais nada havia.
Na eternidade do espaço
o tempo não transcorria.
De nada valia o espaço.
De nada o tempo valia.

Deus – o Supremo Senhor
do tempo - todo esse espaço
desde sempre percorria.
Sonhava um novo universo
que outro antes deste, por certo,
pleno de luzes teria.

A vida – esse dom sublime –
por Ele e n’Ele vibrava,
dava ao Nada algum sentido.
Fazia lembrar um quadro
distante das mãos do artista
e ainda descolorido.

Pois que a noite dominava,
até que o bom Deus com arte,
amor e  sabedoria,
fez eclodir de entre as trevas
esplêndido sol, gigante,
ao qual chamou “Luz do dia”.

Surgiu, assim, a matéria,
como a lava incandescente
no interior de um vulcão.
Estrondo intenso deu corda
ao tempo – o relógio eterno.
E o espaço ocupou-se, então.

Novas estrelas e mundos
e, dentre eles, o nosso
recebem a luz da vida.
Pródiga, a natureza
faz da Terra a jóia ímpar
que Deus, o Ourives, lapida.

E sem que saibamos como,
nem para que, nem por que
chegamos e  d’onde viemos,
ao escrever nossa história,
outros pequeninos deuses
orgulhosos nos fizemos.

O belo planeta azul
é o lar-escola que herdamos.
Malgrado sofra os reveses
do homem dominador,
devemos confiar, crianças,
que nos governa o Senhor.

(Da coletânea de Sergio de Sersank)

Um comentário:

  1. Obrigado, Zé Carlos, por divulgar. Este poema é parte da coletânea do "Estado de Espírito", livro recentemente publicado sob o selo da Editora Ithala, de Curitiba. Diponível no site

    www.estadodeespirito.net.

    Meu abraço!

    SERGIO DE SERSANK
    Poeta e pensador paranaense, cultiva o hábito de escrever desde a juventude. Em 1991 obteve o 1° lugar em Concurso Nacional de Poesia promovido pela “Arte Poética Castro Alves”, de São Paulo. Parte de sua produção literária pode ser vista no blog (http://sersank.blogspot.com/).

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