PORQUE INDUSTRIALIZAR A RICA ROÇA?
14 km de roça, ao longo da ESTRADA DA FARTURA, entre Rolândia e São Martinho, estão sendo ameaçados com projeto da prefeitura que quer transformar roça em zona industrial...
A ROÇA COMO SALA DE AULA
Já são mais de 16 anos que atendemos voluntariamente crianças de todas as idades que procuram “aula de meio ambiente” na roça... E sempre é uma surpresa gratificante!
Hoje de manhã, contra qualquer expectativa, vieram duas vans de Londrina, lotadas de crianças que enfrentaram barro, frio e vento. Pela alegria da turma barro, frio e vento devem ser coisas muito boas!
Ah, como as crianças podem nos fazer bem, se damos a elas um pouco de atenção e liberdade! Os presentes que elas devolvem são a espontaneidade, a curiosidade e a coragem para enfrentarmos o nosso dia a dia.
Neste mundo tão complicado de compromissos e rotulações poderíamos descobrir o alívio de momentos com as crianças... De realmente brincar brincadeiras boladas pelas crianças e ao mesmo tempo passar nossas experiências de vida.
E nem precisamos de uma fazenda para isso ou formação específica. Tem por exemplo, um sitiante vizinho, o Sr. Dida, com seus mais de 80 anos, que algumas vezes se juntou aos nossos grupos para dar “aula” sobre suas artes. Explicar o moedor de mandioca feito por ele, as colheres de bambu, sua cantoria, prosa e lembranças de uma época simples, mas cheia de fartura e alegria.
Além das pessoas da roça que dão aula especial, a própria roça é uma incrível professora! O perfume do limão rosa, o lambari que morde o dedo, a mãe rocha quente do sol que esquenta a sola do pé descalço, o chão macio coberto de folhas, o ninho do marimbondo debaixo da folha da palmeira, a jabuticaba do pé... Tudo isso e muito mais nos ensinam de graça e com graça a entender o mundo real.
Rolândia é um município que ainda conserva muitas roças e pessoas que tem um longo aprendizado e um jeito único e bonito de contar das coisas da natureza.
As nossas crianças e nós merecemos estas aulas! Não podemos deixar que espaços tão preciosos do contato vital com a natureza sejam destruídos em prol de um “desenvolvimento” imediatista e passageiro.
(Daniel Steidle, 02-07-13)
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