Eu e meu irmão Marco Antonio sempre nos envolvíamos em grandes confusões e aventuras. Vou contar hoje uma delas. Um dia estávamos construindo um carrinho de roda de pau e toda a hora faltava uma ferramenta. Como ele era o mais novo eu pedia para ele buscar. Uma hora faltou serrote e o Marco foi buscá-lo em cima do armário "buffet" onde minha mãe guardava pratos, louças, xícaras e travessas. Na época ele era magrinho e esperto. Não pensou duas vezes "escalou" o armário, e, em um segundo estava lá em cima. De repente ouviu-se em estrondo seguido de dezenas de pratos, copos e travessas que cismavam em não parar de quebrar um a um.. plem.. plem.. trach.. blash.. strund.. plen.. rem... blom.. blum.. eu e minha mãe pensamos que estava acabando o mundo. Corremos para a cozinha... chegando lá vimos uma cena de guerra... parecia que os alemães soltaram um bomba em nossa casa. Minha mãe começou a chorar achando que o "Marquinhos" estava morto no meio de tanto vidro. Depois que tiramos a maior parte dos vidros e louças e erguemos o "buffet" não achamos o cara. Minha mãe chorando sem parar, achando que ele tinha se cortado continuou a procurar... eu ajudando... procuramos na casa toda e nada... aí eu lembrei... ele deve estar lá em cima de minha casa do Tarzan na "Santa Bárbara"... não deu outra. Ele estava lá sim... minha mãe ainda chorando pediu em meio aos soluços: - desce marquinhos... deixa a mamãe ver se você não se machucou... ele lá de cima falava: -não machuquei não... eu não vou descer... a senhora vai me bater... minha mãe: - não vou te bater não... o importante é que você não se machucou... aí ele desceu chorando de medo. Minha mãe levou ele lá dentro onde tinha luz e examinou centímetro por centímetro o corpo dele e por milagre não tinha nenhum corte. Minha mãe beijou ele e disse : - graças a Deus... foi milagre... dessa surra o Marco escapou mas quando o meu pai chegou e viu o estrago e o prejuízo já foi calculando o rombo no orçamento do mês.. e do ano... Quando caiu a fixa e ele viu que não tinha sobrado prato nem para o jantar, não teve a mesma piedade da mãe. Pegou o fio do ferro elétrico e lhe deu uma boas "reiadas"... Com esta "estória" tive também prejuízo. toda a vez que eu mandava ele buscar o serrote ele falava: - vai você... eu tenho medo... JOSÉ CARLOS FARINA. ( legenda da foto.. O da esquerda é o Marco)
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