Ex-diretor do Banco do Brasil foi único a não se entregar entre os 12 condenados no mensalão que tiveram mandado de prisão expedido pelo STF na sexta
16 de novembro de 2013 |
FOLHA - Atualizado às 12h20.
RIO - Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão, fugiu para a Itália. Segundo apurou o Estado, ele não aguardou o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Teria deixado o País há 45 dias, por terra, por Pedro Juan Caballero, no Paraguai. De lá, o ex-executivo, que tem dupla cidadania, seguiu para a Itália. Na sexta-feira, 15, o STF expediu mandado de prisão contra 12 condenados e apenas Pizzolato não se apresentou.
Até o fim da manhã deste sábado, 16, o delegado de plantão na Polícia Federal, Marcelo Nogueira, ainda esperava que Pizzolato se entregasse, conforme se comprometera seu advogado. Na noite de sexta-feira, equipes da PF foram a dois endereços em Copacabana em busca do ex-executivo e o delegado chegou a dizer que a nota devia ser "uma nota falsa" porque familiares de Pizzolato mantinham a informação de que ele se apresentaria.
O advogado do ex-diretor do BB, Marthius Sávio Lobato, confirmou, por volta das 11h30, que Pizzolato deixara o País.
"Por não vislumbrar a mínima chance de ter julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália", diz Pizzolato na carta.
Segundo Nogueira, agora o caso ficará a cargo do Ministério da Justiça, que poderá entrar com um pedido formal de extradição. Na avaliação pessoal do delegado, haveria grandes chances de o governo italiano negar o pedido em função do processo do ex-ativista italiano Cesare Battisti, cujo pedido de extradição foi negado pelo Brasil.
O Supremo Tribunal Federal expediu nessa sexta-feira mandados de prisão contra 12 condenados no processo do mensalão. Logo após a expedição ser encaminhada à Polícia Federal por ordem do presidente do STF, Joaquim Barbosa, dez dos condenados se entregaram espontaneamente: o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o operador do mensalão, empresário Marcos Valério, a ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcelos, o publicitário Cristiano Paz, a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabelo, o ex-deputado federal pelo PTB-MG Romeu Queiroz, o ex-sócio de Marcos Valério Ramon Hollerbach, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas e o ex-vice presidente do Banco Rural José Roberto Salgado. No fim da manhã deste sábado, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares se apresentou em Brasília.
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