Homem tinha 58 anos, morava em Rolândia e apresentava hipertensão e diabetes
Londrina – A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) confirmou ontem a segunda morte causada por dengue no Paraná em 2014. Trata-se de um homem de 58 anos, que morava em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) e estava internado na Santa Casa de Londrina. Em janeiro, uma mulher havia morrido vítima da doença em Paranavaí, no Noroeste.
Fernando Bertotti foi internado no dia 9 e, em seguida, transferido para Londrina. O óbito aconteceu quatro dias depois. "A vítima tinha hipertensão e diabetes e após contrair dengue o seu quadro de saúde se agravou", relatou José Carlos Moraes, chefe da Divisão de Vigilância e Saúde da 17ª Regional de Saúde. O Comitê Estadual de Mortalidade da Dengue investiga ainda um terceiro óbito, que aconteceu na quarta-feira. Uma criança de 5 anos morreu em Sarandi (Região Metropolitana de Maringá) e a suspeita é que ela tenha contraído dengue hemorrágica.
O último boletim com os números da doença divulgado pela Sesa aponta que o Estado confirmou 5.282 casos da doença no período epidemiológico que teve início em agosto do ano passado.
Os dados atuais apontam que 12 municípios do Estado estão em situação de epidemia, já que apresentaram taxa de incidência de mais de 300 casos por 100 mil habitantes e outras oito estão em alerta. Outra preocupação é que 31 cidades registram alto índice de infestação do mosquito. De cada 100 imóveis visitados, quatro ou mais apresentaram focos do mosquito da dengue. Um novo boletim será divulgado no início da próxima semana.
A expectativa da Sesa é que a partir do mês de maio o número de casos e notificações comece a diminuir em virtude do clima mais ameno no Estado. "Mas é fundamental que não baixemos a guarda no controle para não deixar condições favoráveis de proliferação do mosquito, sob o risco de enfrentarmos uma epidemia no próximo verão", alertou Ronaldo Trevisan, técnico da Sala de Situação da Dengue da Secretaria.
Na 17ª Regional de Saúde, que agrega Londrina e mais 20 municípios, são 5.589 notificações e 727 casos confirmados. Em Londrina, são 351 confirmações e mais 2.806 casos suspeitos. Algumas cidades, como Cambé, Ibiporã, Alvorada do Sul, Florestópolis, Jaguapitã e Rolândia, preocupam pela altíssima infestação vetorial e taxa de incidência da doença, com muitas notificações e casos confirmados.
"Cobramos dos municípios medidas estratégicas, já que os trabalhos de rotina não têm surtido efeito", ressaltou José Carlos Moraes, chefe da Divisão de Vigilância e Saúde da 17ª. "Essas cidades chegaram nesta condição de epidemia e risco porque houve dificuldade na gestão do trabalho, como número de agentes ideais, meta de visitas e bloqueios de ocorrências suspeitas, e um relaxamento da população em eliminar o lixo e os criadouros dos mosquitos", apontou.
Apenas quatro municípios da Regional ainda não registram nenhum caso: Cafeara, Miraselva, Prado Ferreira e Tamarana.
A Prefeitura de Rolândia abriu teste seletivo para contratação emergencial, por 180 dias, de 20 agentes para atuar no combate à dengue. As inscrições podem ser feitas até segunda-feira. O município já registrou 47 casos confirmados e 172 notificações.
"A nossa maior preocupação é com a região central, que apresentou no último Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) uma taxa de 3,8% nos imóveis visitados. Os principais criadouros encontrados pelos agentes são os pratinhos nos vasos de flores", frisou Rafael Ferreira Dias, gerente de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde. Uma taxa entre 1% e 3,9% coloca a região em situação de alerta para epidemia.
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local
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