Câmara cassa mandato do deputado André Vargas por elo com doleiro
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
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Laycer Tomaz - Câmara dos DeputadoO deputado André Vargas (sem partido-PR) teve o mandato cassado nesta quarta-feira
A Câmara dos Deputados cassou nesta quarta-feira (10) o mandato do
deputado federal André Vargas (sem partido-PR), suspeito de ter
intermediado negócios do doleiro Alberto Youssef com o Ministério da
Saúde e de ter usado um jatinho do doleiro.
O pedido de cassação foi aprovado por 359 votos a favor, um contra e
seis abstenções. O único voto contra a cassação foi do deputado Zé
Airton (PT-CE).
Com a decisão, André Vargas fica inelegível por oito anos de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
A cassação de Vargas aconteceu após a oposição conseguir reverter uma
manobra regimental que quase impediu a votação do pedido de cassação. A
sessão que votaria o pedido foi encerrada por falta de quórum duas horas
antes do prazo habitual. A oposição protestou e o presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), recolocou o pedido na ordem do dia.
A sessão que votaria a cassação de Vargas foi iniciada às 11h, mas até
as 13h02, o quórum mínimo para que a sessão continuasse, que era de 257
deputados, não estava presente na casa. Pelo regimento, a sessão deveria
só poderia ser encerrada por falta de quórum quatro horas depois do seu
início.
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que não estava no plenário da Câmara
no momento do encerramento da sessão, assumiu a responsabilidade pela
paralisação, mas negou que fosse uma manobra para beneficiar André
Vargas.
"Assumo a responsabilidade de ter concordado com o seu encerramento, ao
ser informado que duas horas se passaram e o quórum não havia se
formado. Não foi no intuito de proteger ninguém", afirmou.
Mais cedo, Vargas tentou adiar, mais uma vez, a votação.
Ele encaminhou à Câmara um atestado médico indicando que ele havia sido
submetido a uma cirurgia odontológica e que por isso não poderia estar
presente à sessão na qual ele faria sua própria defesa.
O atestado, porém, não surtiu efeito. O deputado Eurico Júnior (PV-RJ),
indicado como defensor de Vargas, leu a defesa de Vargas. A votação da
cassação já havia sido adiada seis vezes.
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