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ROLANDIA E O NORTE DO PARANÁ

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

HOSPITAL SÃO RAFAEL DE ROLÂNDIA NA FOLHA DE LONDRINA

FOLHA DE LONDRINA

Prefeitura assume gestão de hospital em Rolândia


Prefeito anuncia auditoria para levantar situação financeira da unidade

Gina Mardones - 25/03/2015
Com dívida estimada de R$ 15 milhões, Hospital São Rafael ficará sob intervenção municipal por seis meses
Em crise financeira e com uma dívida de aproximadamente R$ 15 milhões, o Hospital São Rafael vai passar por uma intervenção municipal, confirmada ontem pela Prefeitura de Rolândia, que vai assumir a administração pelo período de seis meses, conforme decreto municipal. Além do problema no caixa, o hospital também passa por uma crise administrativa desde junho, quando uma nova diretoria foi eleita, mas não assumiu a instituição, alegando falta de informações sobre a situação financeira da unidade. O mandato dos antigos gestores, da Associação Beneficente São Rafael, terminou no final de junho e uma comissão voluntária assumiu a administração até o decreto municipal. 

O prefeito de Rolândia, José de Paula Martins (PSD), informou que uma nova diretoria será nomeada pelo município e uma comissão deve fiscalizar os trabalhos e serviços prestados no hospital, que atende outros sete municípios na microrregião. "Nosso objetivo é realizar uma auditoria, já que não existia prestação de contas no hospital. As primeiras informações são de que a dívida pode chegar até R$ 15 milhões, mas é necessário avaliar os documentos e notas para comprovação. Como não houve a intervenção do Ministério Público, assinamos o decreto de requerimento administrativo para evitar o fechamento do local", afirmou. Em agosto, o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar) cogitou a possibilidade de assumir a administração do São Rafael, o que foi descartado posteriormente. 

REPASSES

Martins também comentou que a prefeitura pretende "legalizar" a situação do hospital em relação às certidões, o que impede repasses municipais e de programas do governo estadual. "Vamos ampliar o atendimento do Pronto Atendimento do município de 18 horas para 24 horas para diminuir a sobrecarga no São Rafael", acrescentou o prefeito, que se reuniu ontem com o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, para confirmação do repasse mensal de R$ 200 mil para o hospital. Após a conclusão da auditoria e regularização documental, o prefeito não descarta a renovação do decreto, caso nenhum interessado seja encontrado para administrar o hospital. 

De acordo com o decreto municipal, a Associação Beneficente São Rafael não presta contas "mesmo instadas a se manifestar, não efetuou o pagamento de impostos e encargos incidentes sobre a folha de pagamento do quadro de pessoal e não efetuou o pagamento de obrigações perante vários fornecedores." Além disso, o documento ainda aponta para falhas de gestão e transparência, "ocasionando o iminente risco de seu fechamento e colapso à saúde da população." 

OUTRO LADO

Segundo Martins, o decreto de requerimento administrativo também prevê o afastamento dos atuais diretores. O presidente da comissão de voluntários, José Danilson Alves de Oliveira, ex-prefeito de Rolândia, afirmou que o grupo assumiu temporariamente a administração do hospital durante três meses. No entanto, ele rebateu a informação sobre a falta de prestação de contas e problemas nas certidões. "Conseguimos a regularização na Justiça e o hospital está apto a firmar convênios. Além disso, apresentamos um balanço das contas neste período. Só para o INSS, o São Rafael deve R$ 3 milhões, fora o passivo trabalhista", acrescentou. Oliveira defendeu medidas para que o hospital se torne sustentável, já que 95% dos atendimentos são realizados via Sistema Único de Saúde (SUS).

Rafael Fantin
Reportagem local

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