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ROLANDIA E O NORTE DO PARANÁ

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Campanha desperta pouco interesse em rolandenses


A menos de 20 dias da eleição, população de Rolândia ainda não entrou no clima da escolha do prefeito que substituirá Johnny Lehmann, condenado pelo TSE


"É inacreditável ter eleição agora. Não dá para fazer nada. O meu candidato vai sair prejudicado se ganhar", afirma a comerciária Dinair Bardaçon


"Não devo votar no meu candidato, porque não quero que ele se queime, pois ao final é isso que vai acontecer", diz a comerciária Janete Doreto


O único indício de que uma disputa eleitoral se aproxima era um pequeno grupo de cabos eleitorais entregando panfletos
Faltando menos de 20 dias para a eleição, a campanha política ainda não empolga os eleitores de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) que vão às urnas no próximo dia 6 de dezembro para escolher o prefeito que terá mandato de um ano, para completar o período conturbado iniciado em 2013. Nessa semana, foram ao ar os primeiros programas da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, no entanto, nas ruas a movimentação ainda é pequena, conforme constatou a reportagem. 
Na segunda-feira, no centro da cidade, o único indício de que uma disputa eleitoral se aproxima era um pequeno grupo de cabos eleitorais de um candidato com bandeiras e entregando panfletos. A eleição fora de época, chamada de suplementar, é motivada pela cassação do prefeito reeleito em 2012, Johnny Lehmann (PTB). No mês de abril deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu a sentença que o condenou por abuso de poder econômico e financeiro durante a campanha. Três candidatos estão concorrendo: o presidente da Câmara de Vereadores e prefeito interino José de Paula Martins (PSD), o vereador João Ardigo (PSB) e o médico Luiz Francisconi Neto (PSDB). 
Considerando que o curto período de governo será insuficiente para o futuro prefeito, a comerciária Janete Doreto disse à FOLHA que não gostaria que o seu candidato vencesse, por entender que ele poderá sair "queimado" da gestão. "Particularmente, penso que não devo votar no meu candidato, porque eu não quero que ele se queime, pois ao final é isso que vai acontecer. Até já falei para ele que deveria se candidatar no ano que vem para assumir o mandato normal. Se em quatro anos já é difícil fazer alguma coisa, imagina em menos de um ano." Também comerciária, Dinair Bardaçon, concorda com a colega. "É inacreditável ter eleição agora. Não dá tempo para fazer nada. Acho que o meu candidato vai sair prejudicado se ganhar." 
Segundo o assistente comercial Milton Roberto, deve elevar o índice de abstenção nesta eleição. "Acompanho política, mas o interesse agora realmente é pouco de todo o povo aqui de Rolândia. Acho que neste ano haverá muita abstenção, porque o eleitor está muito indignado. No final, é só despesa para a gente." Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, a suplementar terá custo de R$ 150 mil, que deverá ser cobrado do ex-prefeito Lehmann, pela Advocacia-Geral da União (AGU). 
O corretor de imóveis Leonel Branco criticou a demora da Justiça. "A maior vergonha é a Justiça, muito lenta. Acho que isso é que está provocando o desinteresse do povo. Depois da decisão lá no começo (afastando o então prefeito Johnny Lehmann) todo mundo foi apresentando recursos que são julgados com muita demora." 
Rolândia tem 45,4 mil eleitores. Segundo o TRE, em 2012 o índice de abstenção foi de 16%.
Edson Ferreira
Reportagem Local

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