Dos 30 deputados federais que compõem a bancada do Paraná, mais da metade, ou seja, 16 parlamentares ajudaram a salvar o mandato do presidente Michel Temer (PMDB) e foram contra o prosseguimento da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) que pedia investigação do peemedebista por corrupção passiva. Os votos dos paranaenses foram conhecidos por volta das 19 horas dessa quarta-feira (2). Apenas onze votaram a favor da denúncia e três estavam ausentes na votação.
O número de deputados alinhados com o Executivo aumentou na última semana. Em levantamento feito pela reportagem da FOLHA e publicado na segunda-feira (31), apenas 7 parlamentares anunciaram abertamente o voto contra a denúncia. Outros nove eram a favor da investigação no STF e 14 não haviam anunciado o posicionamento.
Os deputados que arquivaram a denúncia justificaram o voto com argumentos pela estabilidade econômica do País e pela reforma da Previdência. O deputado federal Alex Canziani (PTB) foi o primeiro paranaense a anunciar o voto. "Voto sim não significa que o presidente é inocente, mas significa dizer sim às reformas que o Brasil precisa", disse. Luiz Carlos Hauly (PSDB) contrariando a orientação da liderança do partido, votou pelo arquivamento da denúncia: "Sim às reformas, sim à recuperação dos 14 milhões de empregos, sim pelas reformas da Previdência e Tributária", disse ao anunciar o voto ao microfone do plenário.
O deputado Aliel Machado (Rede) chamou de "farsa" a votação realizada na Câmara. "Há um ano nós, da Rede, já pedíamos eleições diretas. Queremos punição para todos os culpados." O deputado Enio Verri (PT) anunciou voto contrário ao arquivamento da denúncia. "Pelas reformas que empobrecem o trabalhador, voto não ao relatório", justificou. Rubens Bueno (PPS) também votou contra Temer. "Sim pela reforma da Previdência, sim pelas reformas e não ao relatório", disse.
A deputada Leandre (PV), que não tinha anunciado qual era o posicionamento à FOLHA, também votou contra o arquivamento. Sandro Alex (PSD), por sua vez, disse que estava cumprindo sua missão de fiscalizar e votou a favor do prosseguimento da investigação. Já Osmar Bertoldi (DEM), votou sim e justificou orientação do partido.
AUSENTES
Três deputados paranaenses estiveram ausentes da votação. O petista Zeca Dirceu, ao pronunciar o voto pelo afastamento do presidente, criticou essa postura. "Quem se ausenta é covarde", disse antes de justificar o voto e pedir o "fora Temer".
Um dos votos mais aguardados era o do ex-ministro da Justiça do governo Temer, Osmar Serraglio (PMDB). Quando assumiu o cargo no Ministério, Serraglio foi alvo de críticas do governo por ser considerado um ministro muito congressual, sem interlocução com o Judiciário. Em maio, foi substituído por Torquato Jardim porque Temer precisava de um nome mais alinhado aos seus interesses, principalmente depois da delação dos empresários da J&F.
Luciano Ducci (PSB), ex-prefeito de Curitiba, e Reinold Stephanes (PSD), ex-ministro de Lula e ex-secretário de Beto Richa (PSDB), também não apareceram.
Guilherme Marconi
Reportagem Local
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