21/07/15 - Centenas de mudas de árvores foram plantadas ao longo do fundo de vale do Jardim Vale Verde, mas olhem como elas estão sendo cuidadas... Se não houver logo a capina deste mato e colonião vamos perder todas as mudas. Pedimos ao Sr. Prefeito que mande o pessoal da Secretaria do Meio Ambiente dar uma solução a esta denuncia. TEXTO e FOTOS By JOSÉ CARLOS FARINA
Passados cinco meses do transplante de uma sapucaia de cerca de 30 metros de altura e que chamou a atenção dos moradores de Londrina, o paisagista responsável pela façanha, Ricardo Armando, da Fora Decari, tem uma boa notícia para a comunidade: a imensa árvore resistiu à operação e passa muito bem em sua nova morada, às margens do Igapó, próximo à rotatória da Avenida Ayrton Senna.
A Sapucaia, de 53 anos e 25 toneladas, exigiu um trabalho e tanto da equipe comandada por Decari. Foram necessários dois guindastes e uma plataforma enorme para o transplante. A iniciativa da mudança de endereço da árvore partiu da Construtora Galmo. A sapucaia havia sido plantada num terreno no alto da Gleba Palhano pelo pioneiro Geerther Sathler Rosa.
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Em 2012, Armando foi questionado sobre a possibilidade da mudança da imponente árvore, já que a construtora ergueria um empreendimento no alto da Palhano e não queria, simplesmente, cortá-la. "Disse que daria trabalho, mas que era possível fazer o transplante", recorda-se. Começava ali uma grande e desafiadora empreitada.
"Assim que a Flora Decari foi contratada pela construtora para executar o transplante foi traçado um planejamento preliminar e feito todo um estudo botânico, além de pesquisas sobre a fisiologia da Lecythis pisonis, nome científico da planta", conta o paisagista.
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Ele explica que, presente na Mata Atlântica do Piauí até São Paulo e também na floresta Amazônica, esta importante espécie seletiva higrófita precisaria de umidade no solo e no ar para sobreviver ao transplante, e de preferência de alguma sombra natural, pois estava há mais de 50 anos em um terreno de terra virgem, extremamente fértil, originariamente um palmital nativo, bem como parte da Gleba Palhano num passado recente.
Feitos os levantamentos, conduzidas as conversas com os diversos órgãos competentes, desenhada a logística, escolhido o local exato do replantio, começou, então, a operação propriamente dita.
"Foi primeiramente feita uma pulverização preventiva com produtos de última geração para proteção contra fungos e patógenos, e indução ao enraizamento, um mês antes do sangramento da planta", conta Ricardo Armando. "Passado o descanso e com o produto agindo na seiva da árvore, foi feita uma poda drástica da copa, calculada de maneira que a planta pudesse ser transportada em carreta, e deixando parte das folhas e galhos finos, para acelerar a recuperação, como um ‘termômetro’ visual do estado geral da planta. Foram deixadas depois as raízes finas para acelerar a brotação, e esta sutileza fez toda a diferença na recuperação da planta", explica.
Iniciado o processo de transplante, foram necessários mais de cinco dias trabalhando com os grandes guindastes, caminhões munk e carretas para, finalmente, no dia 7 de fevereiro, pontualmente às 16 horas a árvore ser replantada às margens do Igapó.