Após o crime cometido no Distrito de São José, em Marilândia do Sul, o adolescente apreendido foi encaminhado à 17ª Subdivisão da Polícia Civil de Apucarana. Segundo familiares, por decisão da Justiça, ele seguiu para uma clínica psiquiátrica de Maringá. O delegado-chefe, José Aparecido Jacovós, informou que o rapaz prestou depoimento durante, aproximadamente, duas horas. "Na delegacia, ele não demonstrou sentimento algum ao comentar o crime. Ele confessou os homicídios e disse que estava há dois dias sem tomar os remédios. Disse que ouviu vozes que pediram para que ele eliminasse a família", relatou.
Entre as armas utilizadas para executar as vítimas estão um taco de beisebol com pregos em uma das extremidades, uma marreta, um martelo, uma espingarda e um material artesanal com serra. A casa e os objetos passaram por perícia. Na casa, a palavra ódio foi escrita em uma das paredes. Na carteira do colégio, ele deixou mensagens como ‘agora vou sair do anonimato. Agora vou ficar famoso’. No celular do rapaz, a polícia assistiu a um vídeo em que o autor do crime ameaçou os familiares de morte. "A sociedade obriga a gente a fazer isso. Minha família nunca teve diálogo comigo e falava que eu tinha que aceitar. […] Vou arrancar a vida de todos vocês até que me matem", disse com naturalidade o adolescente segurando o taco de beisebol utilizado no crime. As imagens não foram divulgadas e serão utilizadas na conclusão do inquérito.
Familiares, amigos e funcionários da escola serão ouvidos. A investigação deve ser finalizada até o início de outubro. "Houve falta de atenção que poderia ter gerado uma tragédia ainda maior. Se a escola tivesse encaminhado o caso para o Conselho Tutelar, por exemplo, eles poderiam ter repassado para um psicólogo", apontou Jacovós. Segundo o delegado, o adolescente deve responder pelo ato infracional equivalente a quatro homicídios qualificados e pode ser obrigado a cumprir medida socioeducativa por, no máximo, três anos.(V.C.)FOLHA DE LONDRINA