Chuva prevista para quinta-feira pode causar inundações, alerta Simepar
De acordo com o instituto meteorológico, pode chover 80 milímetros durante a tarde e a noite. Professor da UEL destaca urbanização sem critérios na ocorrência de alagamentos
02/10/2013 |
Fábio Calsavara
O meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, explicou que a possibilidade de alagamentos e de inundações existe pela saturação dos rios e córregos da região. “Já chove há alguns dias e essa água não é absorvida nem pelos rios nem pelos terrenos no entorno. A terra já está saturada de água, por isso fica mais fácil haver transbordamentos”, avaliou.
Defesa Civil
Para o secretário municipal de Defesa Social e coordenador da Defesa Civil em Londrina, Rubens Guimarães, o Município está preparado para intempéries. Apesar de parte das árvores derrubadas no último temporal ainda estar nas ruas, o secretário garantiu que terá uma atuação mais ágil em situações semelhantes futuras. “Se acontecer algo, estaremos mobilizados. Aprendemos, com o temporal do mês passado, a definir quem atua em cada ponto. Pode haver situações que fujam um pouco do controle, mas aí o Corpo de Bombeiros, que é nosso parceiro, está pronto para ajudar”, disse.
A possibilidade de ventos fortes, porém, foi afastada pelo meteorologista. Segundo ele, existe uma pequena serra entre Apucarana e Marilândia do Sul que acelera os ventos que chegam a Londrina, mas eles não devem passar de 60 km/h. Em 22 de setembro, quando foi registrado o último temporal na cidade, a velocidade chegou a 100 km/h.
O professor de Sustentabilidade Ambiental Urbana do Mestrado de Engenharia de Edificações da UEL Fernando Fernandes ressaltou que o volume de chuva previsto para quinta-feira (3) é grande. “Só para imaginar, 80 milímetros de chuva correspondem a 80 litros de água por metro quadrado.”
Para ele, a impermeabilização de grandes áreas da cidade, como a Gleba Palhano, aumenta a possibilidade de alagamento do Igapó. “O plano diretor estabelece 20% de área permeável em qualquer construção ou edificação. Quem fiscaliza isso na Gleba Palhano? Ninguém. Há 15 anos não havia praticamente nada naquela área e a água era absorvida pela terra. Agora tudo é asfalto e concreto e a água da chuva escorre diretamente para o Lago Igapó.”
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da CMTU confirmou que os serviços de capina e de roçagem estão suspensos desde a rescisão do contrato com a Visatec. No entanto, equipes da companhia realizam obras de limpeza e de remoção de resíduos no entorno e nas margens do Lago Igapó.
O JL tentou contato com o secretário municipal de Obras, Sandro Nóbrega, por volta das 10 horas, para checar como está o serviço de limpeza de bueiros na cidade. Ele, porém, não atendeu à ligação. Uma nova tentativa foi feita ao meio-dia, também sem sucesso.