Reuters Brasil
Caminhoneiros ainda protestam nesta segunda-feira em 24 pontos de rodovias federais do país, especialmente nos Estados do Sul, enquanto o governo se prepara para sancionar uma nova lei que alivia pagamento de pedágio, perdoa multas e promete ampliar pontos de paradas para descanso.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 12 pontos de interdições parciais no Rio Grande do Sul, seis em Santa Catarina e outros quatro no Rio Grande do Sul, de acordo com boletim divulgado nesta manhã.
Segundo a PRF, em Mato Grosso, a interdição de dois pontos da BR-163, principal estrada para o transporte de produtos agrícolas e insumos do Estado, é total, barrando até veículos de passeio e não apenas caminhões.
De uma maneira geral, a situação aponta para um número menor de bloqueios em relação ao registrado na maior parte da semana passada, após o governo ter anunciado que multaria os caminhoneiros manifestantes em até 10 mil reais por hora.
Há relatos de que muitos produtores em Mato Grosso poderiam ficar sem diesel para a colheita a partir desta segunda-feira, por conta dos bloqueios no maior produtor de soja do Brasil.
As manifestações também ameaçam as exportações de produtos agropecuários, uma vez que os estoques de grãos nos portos estão sendo reduzidos.
A indústria de carne de aves e suína também está paralisando dezenas de unidades, especialmente no Sul, em função da escassez de insumos.
LEI DO CAMINHONEIRO.
A Secretaria-Geral da Presidência da República informou em nota que a presidente Dilma Rousseff decidiu sancionar sem vetos, nesta segunda-feira, a nova Lei dos Caminhoneiros.
De acordo com a nota, a lei assegura perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos, isenção de pagamento de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios e ampliação de pontos de parada para descanso e repouso.
O governo informou ainda que tomará as medidas necessárias junto ao Congresso Nacional para prorrogar por 12 meses as parcelas de financiamentos de caminhões adquiridos pelos programas ProCaminhoneiro e Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
(Por Maria Pia Palermo e Roberto Samora)