FOLHA DE LONDRINA
30º Show Rural: tecnologias sem distrações
Com objetivo técnico e de definições para a próxima safra, a feira abriu o calendário de eventos do agronegócio brasileiro
A feira foi visitada por mais de 365 mil pessoas e um volume de negócios de R$ 1,8 bilhão;
FOTO By Victor Lopes
Cascavel – Numa área de 72 hectares às margens da BR-277, em Cascavel, o tempo correu contra o relógio para os produtores rurais. Na 30ª edição do Show Rural Coopavel – feira de peso encerrada na sexta-feira (9) e que abriu oficialmente o calendário do agronegócio brasileiro – não houve momento para distrações: quem visitou o evento, aberto gratuitamente ao público, estava em busca das melhores tecnologias e lançamentos para sua lavoura, seja de máquinas, cultivares, insumos ou defensivos das maiores empresas do mundo no segmento. Aqui, tempo é dinheiro e todos sabem disso.
Faltavam dez minutos para as oito horas da manhã e a reportagem da FOLHA já estava no parque e os produtores também. O movimento enorme durante toda a semana, afinal, a feira contou com 530 expositores, um espaço imenso a ser explorado. Segundo os organizadores, a feira fechou com recordes de negócios e de público - o volume de negócios atingiu R$ 1,8 bilhão - crescimento de 20% em relação ao ano passado -, e foi visitada por 265.350 pessoas. A expectativa e de mais negócios efetivados pós-evento.
Em três décadas de feira (mais de 3,5 milhões de visitantes), a essência continua sendo a mesma de quando surgiu, em 1989 – inspirada na Farm Progress Show, que acontece nos estados norte-americanos de Iowa e Ilinois – sempre com um foco extremamente técnico e de definições para a próxima safra. No app de celular produzido especialmente para o evento, foi possível saber toda a movimentação dos estandes e palestras técnicas que ocorreram. "Já iniciamos a Show Rural no final da década de 1980 com a motivação de mostrar tecnologias novas de nível mundial aos produtores rurais da nossa região", explica Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.
O problema lá atrás – que hoje soa como inimaginável para a região Oeste – é que o êxodo era enorme naquela época, tanto de produtores que trocavam o campo pela cidade como os que procuravam novas áreas de fronteira agrícola em outras localidades do País. "Nos preocupamos com isso e quando olhávamos para outras feiras do País, percebíamos que elas estavam mais focadas na genética animal, com uma apresentação estática da agricultura. O produtor não conseguia ter acesso a como um pé de soja se comportava na terra, por exemplo".
Pensando no cenário atual do agronegócio, Grolli acredita que este é o momento do produtor buscar um "conhecimento contínuo". "Quem vem ao evento, mesmo que não compre aqui uma máquina, já é capaz de decidir o que fará daqui dois ou três meses. Já na questão de tecnologia de sementes, aqui se enxerga o que há de mais moderno em tratos culturais e já se planeja para a próxima safra baseado no que o agradou na feira".
"Hoje eu defino a feira como um evento de tecnologia e o produtor rural é um aplicador de tudo isso. Somos uma vitrine para o expositor e para aqueles que buscam tais inovações."
O repórter viajou para a feira a convite da Monsanto.
Victor Lopes
Reportagem Local