À Presidente do Brasil, Sra. Dilma Vana Rouseff.
Ameaçada de extinção a Canaã do Brasil, a Rainha do Café, o Berço do Plantio Direto devido a interesses industriais alheios.
Prezada Senhora Dilma:
Meu nome é Daniel, moro com minha família no Município de Rolândia numa propriedade rural no Norte do Paraná. Nos anos 30 meus avós vieram da Europa para começar uma nova vida, desbravando a floresta. Tiveram sorte com o café e retribuíram a generosidade da terra fértil, fundando em 1968 uma escola muito especial, a Escola Roland. Seguindo o exemplo, junto com minha mãe Ruth, atendemos em nossa propriedade rural voluntariamente, desde 1997, em média 4 mil pessoas que procuram Educação Ambiental Não Formal.
Problemas urbanos transferidos para a área rural dificultam nossa atuação. Lixo e agora o problema de chumbo (histórico abaixo) fazem a área rural perder cada vez mais suas características. Na questão do lixo passamos pelo drama de todo o processo burocrático. Somos encaminhados de tal forma que nossa participação se resume em legitimar decisões já tomadas. Medo, indiferença, falta de tempo, impotência da população passam a reinar. Ficamos tristes quando alguém fala: “no Brasil é assim mesmo!”.
Perguntamos:
Onde está a justiça para com o meio rural que fez surgir, abastece e possibilita a vida da cidade?
Onde está o reconhecimento do meio rural? (A cidade não consegue cuidar dos recursos naturais que precisa).
Como fica a dívida das indústrias que proliferam descontroladamente?
Onde está a recompensa por serviços ambientais prestados durante décadas pelo meio rural?
O meio rural está se tornando uma indústria. Lixo e empresas urbanas instantâneas, muitas vezes poluidoras e mal fiscalizadas, passam a invadir o espaço rural.
Ser simplesmente encaminhado ao “setor responsável” ou seguir “mecanismos e normas complexas” nos afasta do cerne da questão: o ser humano precisa de água, ar e comida saudável, fatores que só o meio rural pode oferecer. Portanto o Meio Rural precisa ser protegido!
Cuide que os solos férteis do Brasil possam manter sua vocação! Ficaríamos gratos por sua atenção.
Obrigado,
Daniel Steidle
Caixa Postal 75
86600-000 Rolândia – Paraná
Brasil.
PARA ENTENDER O PROBLEMA DO CHUMBO.
• A empresa argentina GNB comprou a antiga Reifor de Londrina.
• Mauá e São Luiz recusaram a nova empresa por interesse da população.
• O projeto da empresa foi mostrado por ex funcionário do IAP há um ano em Rolândia.
• A população procurou especialista para maior esclarecimento.
• A recicladora de baterias é altamente poluente!
• A população de Rolândia não conseguiu maiores informações pelo IAP e Prefeitura.
• Pela Promotora de Londrina soube-se do processo em andamento em Rolândia.
• O IAP procurado pela repórter da Rádio UEL falou que “apenas se trata de uma recicladora”.
• Existe muito risco desta atividade de acordo com especialista.
• Vapor, mesmo com filtros, escapa para a atmosfera. As partículas de chumbo são muito finas.
• A indústria não é fiscalizada adequadamente.
• A GNB de Londrina solta aos domingos vapores ácidos. A região inteira tem o solo contaminado na Celso Garcia.
• Quem está na região não pode produzir nada.
• O chumbo contamina tudo, são fumos, partículas muito finas que entram diretamente nos alvéolos dos pulmões. Depois vai para o sangue, os ossos, o cérebro, os rins... causa demência, irritação... a vida fica um inferno!
• Muitas pessoas não sabem que estão contaminadas.
• O problema não está restrito à Rolândia. Empresas estrangeiras procuram o Brasil pela pouca fiscalização. A população deve pressionar para um novo modelo de desenvolvimento.
• Qual seria o lugar ideal para uma recicladora de baterias?
• No Brasil não se privilegia o transporte público como o trem... Existem tecnologias inovadoras... Custa e as montadoras não querem arcar com os custos... hoje já há carros elétricos que usam lítio... tem novos materiais mais eficientes...
• Tem que ter pressão da população contra as baterias chumbo / ácido.
• Deve ter recicladoras com responsabilidade das empresas...
• Mas NUNCA onde há o melhor solo do mundo!
• Aqui a aptidão maior é para produzir alimentos
• Tem que haver a inteligência do administrador em enxergar...
• Senão os nossos filhos vão passar por necessidades.
Fonte: entrevista com a Profª Maria Josefa (Química UEL) na Radio UEL dia 18 e 19 de outubro.
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